Sporting-V. Guimarães, 2-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio de Alvalade, em Lisboa
27 abr 2019, 20:08

O leão está mais crescido

Quatro meses depois da derrota em Guimarães, o Sporting bateu o Vitória por 2-0 perante um Estádio de Alvalade a abarrotar, a confirmar a premonição de Marcel Keizer que, na antevisão do jogo, garantiu que esta equipa «está melhor» do que aquela que, na primeira volta, perdeu no Dom Afonso Henriques.

Os números, em primeiro lugar, sustentam a declaração do treinador holandês. De facto são já nove as vitórias consecutivas dos leões (oito na Liga), a melhor série da temporada, mas foi acima de tudo a boa exibição da equipa, sob o comando do capitão Bruno Fernandes, que tornou as palavras do treinador holandês verdadeiras. Foram apenas dois golos, mas podiam ter sido bem mais. Só na primeira parte, os leões acertaram por quatro vezes nos ferros.

Confira a FICHA DE JOGO

O Vitória entrou bem no jogo, com os laterais, Sacko e Rafa Soares, bem adiantados sobre as alas, a oferecerem à equipa profundidade nos corredores e superioridade no meio-campo. O Sporting sentiu dificuldades nos primeiros instantes do jogo, sobre tudo no corredor direito, onde Ristovski e Raphinha sentiam tremendas dificuldades para se sintonizarem na marcação a Rafa Soares e Davidson que conseguiam abrir espaços nessa ala. Além disso, sempre que recuperava a bola, o Sporting perdia-a logo a seguir, face à superioridade numérica que o Vitória tinha na zona central do terreno. Um quadro que os leões acabaram por corrigir, ao fim de dez minutos, quando Bruno Fernandes recuou para junto de Wendel.

Lá está, um leão mais maduro que sabe adaptar-se às circunstâncias e corrigir problemas em pleno jogo. A partir daqui, sob a batuta do capitão, o Sporting cresceu a olhos vistos, tomando conta do meio-campo e abrindo facilmente jogo para as alas, para Diaby e Raphinha. O Vitória teve de recuar em toda a linha e os leões multiplicaram-se em oportunidades. Diaby obrigou Miguel Silva a entrar no jogo, Raphinha atirou à trave e Bruno Fernandes acertou no poste. Começava a cheirar a golo em Alvalade e os adeptos animavam-se nas bancadas bem repletas com a presença de 110 núcleos do clube no estádio.

O jogo do Sporting tornou-se subitamente mais simples e fluído e o Vitória passou por dificuldades extremas. Foi a vez de Miguel Silva brilhar entre os postes. Primeiro com uma defesa espetacular a anular um livre muito bem marcado por Mathieu. Logo a seguir a exibir reflexos singulares para anular uma cabeçada à queima-roupa de Raphinha. O Sporting atacava por todos os lados e Luiz Phellype, com uma cabeçada na quina da área, também acertou na trave. Cheirava a golo por todos os lados e este acabou por chegar num passe longo de Bruno Fernandes a lançar Raphinha. O extremo ultrapassou Miguel Silva, perdeu ângulo, mas depois recuperou e atirou a contar com o pé esquerdo.

Um golo muito contestado pelo Vitória, uma vez que no lance anterior, Acuña derrubou Rochinha, à entrada da área, em falta. Os minhotos reclamavam a intervenção do VAR, mas a verdade é que o Vitória já tinha recuperado a bola depois da falta de Acuña e o árbitro da Cidade do Futebol já não tinha espaço para intervir. A contestação cresceu no relvado e chegou ao banco do Vitória, com Rui Costa a expulsar Flávio Meireles e Moreno, dois antigos capitães do Vitória, agora no papel de dirigentes.

A verdade é que o golo foi validado e o Sporting continuou a carregar diante de um adversário de cabeça perdida. Luiz Phellype, após mais uma assistência fantástica de Bruno Fernandes, voltou a acertar na trave e Bruno Fernandes também esteve muito perto de marcar. O Vitória pedia o intervalo, mas antes disso, ainda perdeu Rafa Soares, lesionado.

Luiz Phellype de pé quente

O Sporting tinha assumido o controlo total do jogo e não prescindiu dele no início da segunda parte. Os leões voltaram a entrar fortes e, depois de uma primeira ameaça de Bruno Fernandes, chegou ao 2-0. Lance desenhado por Raphinha que driblou Florent duas vezes antes de cruzar para o primeiro poste onde estava Luiz Phellype para o desvio fatal. Sexto golo do brasileiro em cinco jogos das últimas seis jornadas.

Seguiu-se mais um festival de oportunidades perdidas do Sporting, perante um Vitória recuado, que cedia muito espaço e não pressionava o adversário. Luís Castro ainda procurou dar uma referência ao ataque da equipa, lançando Alexandre Guedes para a frente, mas a verdade é que o Sporting não largava a bola. Bruno Fernandes voltou a estar, por duas vezes, muito perto do golo, tal como Raphinha com um remate cruzado que passou a rasar o poste.

Depois o jogo foi caindo a todos os níveis. Caiu ao nível do espetáculo, perdeu velocidade e perdeu objetividade, mas o Sporting continuou a controlar o jogo diante de um Vitória sem argumentos para lutar por outro resultado.

Os leões somam, assim, a nova vitória consecutiva e chegam aos 70 pontos, mais seis do que o Sp. Braga que recebe o Benfica este domingo. O Vitória continua em sexto, o último lugar que dá acesso à Europa, mas, depois de três derrotas consecutivas, pode permitir nova aproximação dos adversários mais próximos.

 

 

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