Sporting-Vitória de Guimarães, 3-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio de Alvalade
5 nov 2022, 22:28
Sporting-V. Guimarães

Revolta pelo treinador

Os astros alinharam-se, Ruben Amorim mexeu em todos os setores do campo e o Sporting regressou às vitórias este sábado, em Alvalade, frente ao Vitória, com uma exibição plena de confiança, com os jogadores a retribuírem o voto de fidelidade do treinador, com muita vontade e concentração. Os leões dominaram todo o jogo e partiram para o triunfo logo depois dos minhotos ficarem reduzidos a dez ainda na primeira parte.

Duas equipas que chegavam a este jogo com trajetórias opostas. O Sporting já não vencia há três jogos e tinha acabado de ser afastado da Liga dos Campeões, enquanto o Vitória vinha de uma sequência de seis jogos a pontuar, com três vitórias nos últimos três jogos, sempre a marcar três golos, mas a tendência inverteu-se no palco de Alvalade, com o jogo que permitiu à equipa de Alvalade voltar a ultrapassar os minhotos na classificação.

Amorim mexeu em todos setores do campo, com Matheus Reis a regressar ao eixo defensivo, Nazinho a render o lesionado Nuno Santos sobre a esquerda e Morita, recuperado de lesão, a regressar ao meio-campo. O regresso do japonês permitiu a Pote voltar ao ataque onde continuaram Arthur Gomes e Paulinho, com Trincão e Edwards a começarem o jogo no banco. Do lado do Vitória, Moreno abdicou de Dano Silva para dar lugar ao «maestro» Tiago Silva, mas de resto manteve a mesma estrutura que tinha vencido o Famalicão.

Ao primeiro apito de Manuel Mota, o Sporting assumiu as rédeas do jogo, procurando desde logo a profundidade, obrigado o Vitória a recuar, com um bloco bem subido no campo. Porro e Nazinho ganhavam metros sobre os corredores, enquanto Ugarte e o regressado Morita enchiam o meio-campo e procuravam passes para as costas da defesa minhota onde surgiam Pote, Paulinho e Arthur. Pedro Gonçalves fez um primeiro aviso quanto às intenções dos leões, com um remate fora da área que sofreu um desvio e passou perto da trave. O Vitória, por seu lado, fechava-se bem e procurava responder com transições rápidas, com destaque para Nélson da Luz.

A verdade é que o Sporting estava cada vez mais instalado no meio-campo minhoto e começava a multiplicar as oportunidades, com mais um remate de Pote e uma cabeçada de Porro por cima da trave. Foi nesta altura, ao minuto 26, que aconteceu um dos momentos fulcrais do jogo. Afonso Freitas, que já tinha um amarelo, faz uma entrada dura sobre Gonçalo Inácio e Manuel Mota não hesitou em mostrar um segundo amarelo e o consequente vermelho. Os dois treinadores levantaram-se de imediato, para ajustar as respetivas estratégias, com Amorim a chamar Edwards e Moreno a mandar Ryoya aquecer.

O Sporting manteve a pressão, agora com mais espaços, diante de um Vitória que demorou uma eternidade a equilibrar-se em campo, numa primeira fase com o recuo de Nélson da Luz, depois com a entrada do japonês para o lado esquerdo da defesa. Amorim, por seu lado, prescindiu de imediato de Nazinho, deixando o corredor esquerdo entregue a Artur, e lançando Edwards para a frente. Uma opção certeira do treinador do Sporting, como os minutos seguintes encarregaram-se de demonstrar.

Edwards entra e ajuda a marcar

Em vantagem numérica, os leões não demoraram a chegar à vantagem, com Matheus Reis a lançar Arthur sobre a esquerda e o brasileiro a entrar na área e a cruzar com precisão para a entrada de Pedro Porro que marcou de cabeça. A bola ainda sofreu um desvio no corpo de Edwards que deixou, desde logo, a sua marca no primeiro golo, como viria a deixar no segundo, seis minutos depois. Porro nem comemorou, foi logo ao fundo da baliza buscar a bola para a colocar no centro do relvado, numa atitude que deixava clara a atitude que os leões estavam a demonstrar em campo.

E foi na sequência de um lance desenhado pelo lateral espanhol que surgiu o segundo golo, com Edwards a receber a bola na zona central e a colocá-a nas costas de André Amaro onde surgiu Morita, oportuno, a atirar para o segundo da noite. Em dois tempos o Sporting marcava dois golos e partia para uma vitória tranquila.

Uma vantagem que permitiu a Ruben Amorim poupar Morita para o segundo tempo para lançar mais um antigo jogador do Vitória, Rochinha. O Sporting manteve o domínio total do jogo, mais uma vez com uma pressão crescente junto à baliza de Bruno Varela e não demorou muito para chegar ao terceiro golo, num remate de fora da área de Edwards que sofreu um desvio na área e deixou Bruno Varela pregado ao relvado. O inglês não festejou por respeito à antiga equipa, mas os adeptos, agora mais tranquilos, festejaram de forma efusiva nas bancadas.

Estava feito. Moreno ainda fez três alterações, Amorim respondeu com outras três, mas a tendência do jogo manteve-se, com um Vitória sem conseguir esboçar uma reação e sem um único remate enquadrado com mais de uma de jogo. Os leões continuavam a dominar, agora também com St. Juste, Sotiris e Trincão no relvado.

O jogo acabou com uma grande explosão de alegria nas bancadas, com um grande golo de Paulinho que acabaria por ser anulado, uma vez que o avançado estava adiantado antes de desferir o pontapé que bateu Bruno Varela. Rochinha também esteve perto de marcar num jogo que foi, do princípio ao fim, dominado pelos leões de Amorim.

Com esta vitória, o Sporting ultrapassa o Vitória e o Casa Pia e sobe até ao quarto lugar da classificação da Liga. Um pontapé na crise.

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