Vitória arrancada a ferros
O Sporting arrancou uma vitória a ferros diante do Moreirense, em Alvalade, no fecho da 6.ª jornada da Liga, num jogo praticamente de sentido único, com o marcador a ser desbloqueado num penálti arrancado por Trincão e convertido por Luis Suárez. Antes disso, os leões pareciam já ter esgotado todas as soluções para chegar à baliza do estreante André Ferreira e lavaram os adeptos ao desespero com oportunidades atrás de oportunidades, incluindo mais uma bola no ferro do colombiano.
Um jogo de enorme tensão em Alvalade com o Moreirense, muito consistente, a manter o nulo intacto até quinze minutos do final. Os leões carregaram com tudo, tentaram chegar ao golo de todas as formas, incluindo uma bicicleta de Quenda e um chapéu de Pote, mas Alvalade só respirou do tal penálti de Suárez que desbloqueou o marcador. Depois de aberto o marcado, o leão descontraiu e marcou mais dois a fechar o jogo.
Para este jogo, Rui Borges deu apenas um retoque na defesa, com os regressos de Vagiannidis, Debast e Ricardo Mangas, mas manteve o resto da estrutura intocável, incluindo Kochorashvili ao lado do capitão Hjulmand, mesmo com Morita já no banco de suplentes.
Vasco Botelho da Costa, por seu lado, foi ainda mais cirúrgico, estreando apenas André Ferreira na baliza, que viria a ser uma das figuras deste jogo, além de trocar Maracás por Gilberto Batista no eixo da defesa. De resto, tudo igual, com os dois treinadores a apostar na consolidação dos respetivos onzes que, até aqui, vinham a fazer percursos idênticos, com quatro vitórias e uma «escorregadela» na 4.ª jornada.
O Sporting assumiu, desde logo, as despesas do jogo, subindo o seu bloco para o campo contrário e submetendo o adversário a uma pressão que chegou a ser asfixiante, conseguindo facilmente profundidade pelos corredores, sobretudo pela esquerda, com Ricardo Mangas a encontrar muito espaço pela frente, mas, do lado contrário, Geovany Quenda também ia fazendo estragos.
A verdade é que o Moreirense defendia com um bloco consistente que, apesar de ceder espaços nos corredores, fechava depois bem ao centro e, quando falhava, contava ainda com um André Ferreira muito inspirado entre os postes. Em estreia na atual edição da Liga, o antigo guarda-redes do Paços de Ferreira foi somando defesas atrás de defesas e deixou os adeptos extremamente irritados, sobretudo nas reposições de bola, onde perdia muito tempo.
Depois de dez minutos de extrema intensidade, o Moreirense conseguiu espaço para respirar, na sequência de dois cantos consecutivos, mas, logo a seguir os leões voltaram a carregar e voltaram a estar muito perto do golo, com uma sequência de oportunidades que levaram os adeptos ao desespero. Vagiannidis deixou as luvas de André Ferreira a ferver, Trincão levantou as bancadas com um remate em arco, Pote ensaiou um chapéu que passou a rasar a barra e Suárez atirou ao poste depois de contornar André Ferreira. Incrível, mas a bola não entrou.
Uma pressão asfixiante que contou ainda com um pontapé de bicicleta de Quenda na área, mas os minutos corriam para o intervalo com o nulo intacto. O Sporting martelou, martelou e martelou, mas o Moreirense nunca se desfez e até ouviu o apito para o intervalo a jogar no meio-campo dos leões. A primeira parte acabou mesmo com um pequeno «sururu» entre os jogadores a dar bem conta da tensão entre as duas equipas que passaram 45 minutos a chocar sobre o relvado.
Trincão arranca dois penáltis, Alvalade respira de alívio
A segunda parte arrancou nos mesmos moldes, mas com um Sporting mais lento e um Moreirense ainda mais concentrado sobre a sua área. Com todos os caminhos fechados, Rui Borges não tardou a promover as primeiras alterações, lançando Maxi Araújo e Morita para a contenda. O uruguaio entrou muito bem e esteve muito perto de marcar na primeira oportunidade, sentando um adversário na área para depois atirar a rasar o poste.
O Sporting sentia mais dificuldades, mas o Moreirense também já não respondia. O jogo voltou a ser de sentido único, mas demasiado congestionado junto à área do Moreirense. Havia demasiada gente e pouco espaço.
Maxi Araújo deu nova vida a corredor esquerdo, mas foi Trincão que escancarou as portas para a vitória, num lance em que entra aos ziguezagues na área e acaba por ser derrubado por Landerson. Na conversão do castigo máximo, Suárez atirou rasteiro e as bancadas vieram abaixo.
Um golo que podia mudar o jogo, uma vez que o Moreirense, a perder, tinha de reagir, mas não foi isso que aconteceu. Aliviado com a abertura do marcador, o leão soltou-se para uma exibição mais tranquila e voltou a desmultiplicar-se em oportunidades. André Ferreira ainda fez mais uma grande defesa, a remate de Pote, mas Trincão voltou a ser derrubado na área, desta vez por Marcelo, e Pote [Suarez já não estava em campo] atirou a contar.
Já com o jogo a fechar, ainda houve tempo para o primeiro golo de bola corrida no jogo, com Alisson a cruzar da esquerda e Ioannidis a estrear-se a marcar na Liga com um desvio junto ao primeiro poste.
Uma vitória que permite ao Sporting regressar ao segundo lugar, a três pontos do líder FC Porto, a duas semanas do clássico entre os dois principais rivais do leão no Dragão.