Sporting regressa ao escritório de Pote cheio
O campeão da Liga portuguesa iniciou a defesa do título de forma pujante. O Sporting venceu o Rio Ave, por 3-1, no Estádio de Alvalade, na noite desta sexta-feira. O jogo marcou o regresso da Liga, na nova edição 2024/25, quase três meses depois da consagração leonina. O Sporting voltou de 'Pote cheio' ao 'escritório' de Alvalade após as férias (em que, por vezes, se cometem alguns excessos), e uma derrota na Supertaça Cândido de Oliveira, diante do FC Porto.
Ruben Amorim fez apenas uma troca no onze inicial em relação à derrota na Supertaça. Ousmane Diomande rendeu Zeno Debast, belga que teve uma estreia para esquecer no primeiro jogo com a camisola dos leões. Geny e Quenda, de apenas 17 anos, continuaram a ocupar as alas.
Luís Freire, técnico que se mantém no comando do Rio Ave desde a época passada, teve uma pré-temporada complicada (apenas uma vitória em seis jogos) com muitos jogadores novos no plantel. Boa parte ainda não conhece a realidade do futebol português. Estrearam-se no onze inicial Clayton (ex-Casa Pia), Tiago Morais (ex-Boavista), João Novais (de regresso ao clube) e Olinho, que veio do Borussia Dortmund. Alinharam num 3-4-3 que se revelou infrutífero.
A primeira parte foi ditada pelo domínio do Sporting, recuperando muitas bolas no meio-campo do Rio Ave e atacando sem dó nem piedade. A velocidade dos processos do Sporting foi demasiada para uma defesa vilacondense demasiado subida no campo e que, ainda por cima, não é dotada de jogadores rápidos.
O primeiro golo surgiu após um erro de posicionamento da defensiva rioavista. Estava muito subida, quase no meio-campo, e Geovany Quenda apercebeu-se disso. O jovem extremo meteu a bola nas costas da defesa, de primeira, e libertou Gyokeres, em posição regular. O sueco não foi egoísta e deu a bola a Pedro Gonçalves, que surgiu sozinho ao segundo poste. Bastou encostar.
Os leões continuaram a apostar no espaço concedido nas costas da defesa nortenha e obtiveram frutos. Gyökeres gosta de atuar nesses terrenos e era um constante quebra-cabeças para os centrais contrários. Ia assistindo Pedro Gonçalves para um novo golo, aos 22’, não fosse um grande corte de Miguel Nóbrega, e o avançado ia mesmo ‘molhando a sopa’ aos 43, numa jogada individual que obrigou a defesa de Jhonatan.
Mas, recuando o filme um pouco atrás, esse mesmo Jhonatan ficou mal visto no segundo golo dos leões. Aos 27 minutos, o guardião brasileiro entregou o ‘Pote de ouro ao bandido’. Passou a bola para os pés de Pedro Gonçalves que, rapidamente, recebeu e rematou em jeito, por cima do guarda-redes. Um grande chapéu que ainda raspou a trave.
Mas Luís Freire bem podia agradecer a Jhonatan, experiente guarda-redes que parte para a quarta temporada em Vila do Conde, pois este evitou outros remates dos leões. Foi uma primeira parte muito negativa do Rio Ave, que tentou não abdicar dos seus princípios, mas acabou castigado pelo poderio sportinguista. Ao intervalo, lançou o lateral João Tomé para o lugar de Tiago Morais.
A segunda parte apetece dizer que foi ‘mais do mesmo’. Domínio dos leões, com o Rio Ave sem testar Vladan Kovacevic. Mas, curiosamente, os rioavistas não abdicaram do seu estilo de jogo e continuaram a tentar construir desde trás, sem bater bolas longas.
E os calafrios de Luís Freire começaram logo aos 46 minutos, com uma bola na trave da sua baliza após uma jogada insistência de Viktor Gyökeres. Alguns minutos de maior marasmo e estabilização do curso do jogo foram interrompidos, à passagem da hora de jogo, com um golo do inevitável sueco.
Viktor Gyökeres surge ao segundo poste, sozinho, e desvia a bola para a baliza com muito oportunismo. Beneficiou de um ressalto após remate de Francisco Trincão, de forma sortuda. Depois, foi o momento de Rúben Amorim gerir o plantel com substituições, bem como Luís Freire, que ia tentando dar algo diferente à sua equipa.
Clayton Silva, que já tinha marcado ao Sporting ao serviço do Casa Pia em 2022, voltou a fazer das suas na reta final da partida. Reduziu a desvantagem com um grande trabalho individual, a passar pelos centrais leoninos. O lance foi revisto pelo VAR e não houve fora-de-jogo.
Mais de 38 mil espetadores viram um final de jogo tranquilo, com o Sporting a controlar a partida, apesar do golo sofrido. Mateus Fernandes, Daniel Bragança, Rodrigo Ribeiro (acertou no poste) e Edwards ainda somaram minutos. Assim, o Sporting consegue os primeiros três pontos da temporada, na Liga, com distinção. Já Luís Freire pode usar este jogo como 'balão de ensaio' para o que resta da temporada, para corrigir os erros demonstrados.