Cambalhota no trampolim de pedra no último suspiro
Na despedida, Rúben Amorim votou a usar o trampolim de pedra do municipal bracarense, desta feita para a cambalhota no marcador. Os leões perdiam por duas bolas a zero ao intervalo – bis de Ricardo Horta – demoraram a reagir, mas lançaram-se para a reviravolta na segunda metade. Triunfo (2-4) no último suspiro, mantendo o ciclo vitorioso.
As emoções fortes adivinhavam-se: Rúben Amorim despedia-se do clube de Alvalade num cenário conhecido e reconhecido, o desenrolar do jogo ajudou a incrementar picante . O técnico jogava o derradeiro jogo no estádio em que começou por dar nas vistas, mas os holofotes até começaram por o ofuscar com um Sp. Braga organizado e de extrema competência na primeira parte a chegar uma vantagem de dois golos.
Mas, uma segunda metade de caráter por parte do Sporting, nem sempre com a intensidade necessária, mas com equilíbrio, permitiu chegar à vitória com golos de Morita, Hjulmand e um bis de Harder – lançado na segunda metade por Amorim – fazendo o Sporting alcançar num terreno tradicionalmente difícil o 11.º triunfo em 11 jornadas.
Holofotes no Sporting, brilho no Sp. Braga
Como é fácil de perceber por todo o contexto, os holofotes do jogo estava do lado do Sporting. Mas, o brilho acabou de estar do lado da equipa de Carlos Carvalhal, que tendo menos bola, interpretou na perfeição aquilo que se perspetivava perante um adversário a carburar e com um histórico goleador nos últimos jogos.
Os bracarenses foram extremamente organizados, agruparam-se bem nos espaços e limitaram o raio de ação dos leões. Sentiu muitas dificuldades para construir lances de perigo o Sporting. Em contragolpes certeiros o conjunto minhoto construiu uma vantagem e dois golos ainda na primeira metade com um bis do capitão.
Ricardo Horta abanou pela primeira vez as redes a meio do primeiro tempo, após um primeiro desvio de Gabri ao cruzamento de Roger. Com a baliza à mercê, o capitão dos guerreiros atirou para golo. Em cima do intervalo apontou o segundo num lance de contragolpe em que aparece na cara de Franco Israel.
Do lado oposto, muito pouco para amostra. Um cruzamento ou outro, uma arrancada inconsequente e um remate de Maxi Araújo à malha lateral, com Gyokeres completamente desaparecido do jogo, foram os apontamentos de um Sporting demasiado curto na pedreira. Uma face que se alterou após o descanso.
Nervo para a cambalhota, com sotaque dinamarquês
O nó não desatava. O Sporting não encontrava soluções, demorando Rúben Amorim doze minutos para mexer na equipa. Já o tinha feito duas ocasiões, trocou Pote por Geny ainda na primeira parte e Debast por St. Juste ao intervalo. As entradas de Harder e Morita para o último terço do encontro deram mais capacidade aos leões.
Dois minutos depois, dois elementos que saltaram do banco relançaram o jogo. St. Juste cabeceou ao ferro na sequência de um pontapé de canto, na recarga Morita reduziu a desvantagem. Rapidez da turma de Alvalade a ir à baliza buscar o esférico, mostrando o que queria do jogo.
Dois cruzamentos consecutivos de Harder a fazer a bola cruzar a pequena área pareciam lançar o líder do campeonato para uma reação enérgica. Mas, a realidade é que a correspondência na reação não foi tão forte como se podia imaginar. Foi Hjulmand a puxar dos galões à entrada para a reta final do encontro, a disferir uma bomba do meio da rua para empatar o jogo.
Ainda não estava fechada a contagem. O vitorioso Sporting manteve o estatuto de somar por triunfos as jornadas disputadas até agora, com um bis de Harder, que entrou para ser decisivo no encontro. Dois bons momentos, um golo de fora da área, e uma arrancada a deixar as dúvidas para trás. Bis do dinamarquês, a assinar um final feliz para o Sporting da era Rúben Amorim.
O técnico sai campeão e líder; invicto. Foi aos adeptos e saiu de seguida, com os jogadores ainda a festejar.