Sp. Braga-Famalicão, 4-1 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
5 fev 2023, 17:35

Convalescença com recaída, mas com sinais de vitalidade

O Sp. Braga reagiu à pesada derrota em Alvalade com um triunfo caseiro no duelo minhoto diante do Famalicão (4-1). Os sinais da convalescença estiveram lá, o Sp. Braga esteve longe de deslumbrar, mas soube olhar para as feridas percebendo que as mesmas têm de cicatrizar e um triunfo seria o melhor remédio.

Nem uma recaída, o golo do empate do Famalicão ao minuto 71 depois de estar a ganhar desde cedo, derrubou os guerreiros, que já com Bruma e Pizzi em campo – Bruma bisou e Pizzi interferiu em dois golos (após ser assobiado ao entrar) – acabaram por assegurar os três pontos com um resultado confortável, pressionando assim o FC Porto.

O regresso do futebol ao domingo à tarde à pedreira, à moda antiga, não foi sinónimo de uma jornada de grande futebol no duelo minhoto entre bracarenses e famalicenses, com o jogo a ser algo desgarrado e pouco intenso à flor do relvado.

Autogolo a dar cor à supremacia bracarense

Mesmo neste registo, após a goleada sofrida frente ao Sporting, o Sp. Braga foi, sem sombra de dúvidas, o conjunto que chamou a sua maior dose de protagonismo, assumindo as despesas de jogo. Teve mais bola, muita mais bola, mas ia faltando o que tem habitual nos últimos jogos: agressividade no último terço, mais nervo e, ao fim de contas, capacidade para traduzir em perigo o caudal ofensivo.

Não se envergonhando de jogar com uma postura mais retraída, o Famalicão fez por ser um conjunto organizado para, depois, poder lançar-se em contragolpe. Teve o expoente máximo desse padrão de jogo quando estava cumprido um quarto de hora, com Cádiz a ser perdulário. O venezuelano isolou-se na cara de Matheus, mas perdeu tempo de remate e quando tentou já estava tapado por Paulo Oliveira e Tormena.

Depois do sério aviso do Famalicão, o inequívoco maior assédio arsenalista acabou por dar frutos na sequência de um bom lance pela direita. O Cruzamento de Victor Gomez foi desviado por Mihaj para a sua própria baliza, dando desta forma vantagem ao conjunto de Artur Jorge.

Pancada e ressurreição com Bruma a bisar

Em desvantagem, esperava-se uma reação mais enérgica da Famalicão. Mas, a realidade é que os homens de João Pedro Sousa não aumentaram o ritmo, nem forçaram reentrar na luta pelos pontos em disputa, excetuando um ou outro lance fugaz. Geriu as incidências do jogo sem grandes sobressaltos o Sp. Braga, continuando a ter mais bola – ainda que de forma mais pragmática e sem grandes lances ofensivos.

Num dos tais lances fugazes, o Famalicão chegou ao empate por Sanca naquele que terá sido o primeiro toque na bola do atacante. Cruzamento da direita, nas costas da defesa Sanca finalizou de primeira, dando uma forte pancada na pedreira.

Mas, com vinte minutos pela frente, os pupilos de Artur Jorge como que renasceram para o jogo, ainda a tempo de construir um resultado volumoso. Victor Gomez fez a segundo assistência da tarde, convidando Banza a marcar à sua anterior equipa naquele que poderia ser o momento do jogo. Só que havia ainda a ter em conta o fator Bruma. A estreia na pedreira fez-se com um bis do atacante, em apenas dois minutos já nos descontos. O reforço de inverno mostrou que pode ser um acrescento de qualidade para os guerreiros, acabando por ser um dos destaques do jogo na reta final.

Triunfo justo do Sp. Braga, que tal como tem sido apanágio, responde a uma derrota com um triunfo. Prestação pálida do Famalicão, que continua sem qualquer triunfo em Braga na sua história.

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