Treinador do Sp. Braga destaca segunda parte dos minhotos e aponta à evolução da equipa
Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga, em declarações na conferência de imprensa no Estádio do Dragão, após a derrota com o FC Porto (2-1), na oitava jornada da Liga:
«[Sai com sabor amargo por não levar pontos? A derrota acontece por erros próprios?] Claramente fizemos um jogo em crescendo. Estávamos à espera de uma reação do FC Porto e tínhamos de suster o ímpeto inicial. Eles têm dois remates de grande intenção, nós temos a melhor oportunidade aos 30 minutos e começámos a ter mais bola. O FC Porto teve dificuldades com a nossa circulação. O golo aparece por uma desatenção, num período em que estávamos melhor no jogo, como em Atenas.
Uma segunda parte diferente, de domínio do Sp. Braga quase na totalidade, um jogo de qualidade, arriscámos, terminámos com cinco avançados, com isso tivemos oportunidades e a bola a passar à frente do guarda-redes. Precisávamos de um golo para o empate, merecíamos, mas não é para quem merece, é para quem tem eficácia. Cometemos erros por falta de concentração que nos custaram muito caro, custou pontos. A equipa é jovem e temos de evoluir. A nível de competitividade, qualidade de jogo, atitude e entrega estou muito satisfeito com os jogadores.»
«[O Sp. Braga foi melhor na segunda parte do que na primeira. Merecia bem mais?] É difícil dizer o “merece”, o merecer é fazer golos, cometemos erros e custou-nos caro, fazemos muito para fazer mais golos. Fico com sentimento de que devíamos ter levado pontos hoje do Dragão, pela qualidade da segunda parte e pela audácia dos jogadores. Tínhamos o Ricardo Horta no meio-campo, o Rafik Guitane, o Amine, o Gharbi, o Bruma, o Yuri a subir, o João Ferreira também, o Victor [Gómez] sempre na última linha… Encostámos o FC Porto atrás mas não foi suficiente. Fica um amargo de boca.»
«[Explicação para os erros nos golos] Tenho explicação. No jogo em Atenas sofremos três golos da Disney e foram golos facilmente identificáveis por questões técnicas nos três lances. Hoje foi diferente, cometemos erros, sobretudo no segundo golo, com a bola lançada rapidamente. São situações que temos de trabalhar, é difícil para um treinador conviver com jogos destas características. Hoje a prestação foi muito melhor do que a de Atenas, muito condicionada pelo timing dos golos. Em Atenas, acusámos o segundo golo, hoje fizemos uma segunda parte muito boa, ao nível de qualidade de jogo, entrega e variabilidade, ao nível do que gostamos que as nossas equipas façam. O resultado não foi o melhor, mas a evolução da equipa foi uma realidade. O foco está em recuperar os lesionados, na melhoria dos jovens, a nossa linha de ataque era muito jovem. São miúdos que foram chamados a ser intérpretes por uma ou outra lesão e têm-se saído bem. Agora com a paragem e recuperação de jogadores vamos aparecer mais fortes e vamos ser mais equipa no futuro. E não estou a fazer crítica ao rendimento e atitude dos jogadores, tirando o jogo de Atenas, que levaram uma dura daquelas à antiga. Mas a resposta de hoje à dura que levaram em Atenas foi muito boa.»
«[Como vê evolução do Roger?] O Roger está num processo evolutivo, teve de crescer rapidamente, estamos satisfeitos com ele. Tem uma energia muito grande, um compromisso coletivo que me agrada, é jogador de equipa e tem virtuosismo e irreverência. Ninguém conhece o Gabri Martínez ou o Roberto Fernández, só se jogarem na Playstation. Não conhecem o Gharbi, o Amine, a nossa expectativa é que no final da época falemos de jogadores que evoluíram muito, como o Vitinha, o Moura, o Rodrigo Gomes ou o Musrati, que ficaram muito valorizados. A equipa do Sp. Braga é muito jovem e, a manter estes jogadores dois ou três anos, vai ter melhorias. Estamos em mudança de ciclo.
Agradecer aos adeptos que se fizeram ouvir, para a frente é que é o caminho.»