Marítimo-Sporting, 1-1 (crónica)

Raul Caires , Estádio do Marítimo, Funchal
26 fev 2022, 20:29

Campeão tropeça no Caldeirão

Um Sporting pouco inspirado e algo perdulário não conseguiu ir além de um empate a uma bola na visita ao terreno do Marítimo, em jogo da 24.ª jornada da I Liga de futebol, que pode terminar com o campeão em título mais distante do FC Porto, caso os dragões consigam bater o Gil Vicente.    

Não foi uma partida de encher o olho, fruto de muitas faltas e alguma falta de critério, sobretudo por parte do Sporting, que dominou o jogo do início ao fim, mas sem materializar tal superioridade em mais golos. O Marítimo, que até abriu o marcador, lutou com armas desiguais, mas acabou por somar um ponto precioso e até com alguma justiça.   

Em relação ao onze que iniciou ante o Estoril, Amorim operou quatro alterações, fazendo sair Luís Neto, Feddal, Sarabia (castigado) e Pedro Gonçalves (lesionado). Entram Coates, Daniel Bragança, Nuno Santos e Islam Slimani. No Marítimo, Seabra mudou três jogadores face ao onze que levou para o jogo com o Famalicão. Cláudio Winck, castigado, ficou de fora, bem como Fábio China e Joel Tagueu, promovendo as entradas de Clésio, Vítor Costa e Bruno Xadas.

O Sporting entrou disposto a surpreender, mas acabou por ser surpreendido, logo aos cinco minutos. Numa boa jogada conduzida pela esquerda, André Vidigal cruzou para o coração da área, onde Nuno Santos fez um mau corte de cabeça, deixando a bola à mercê de Bruno Xadas, que rematou de pé esquerdo. A bola desviou em Gonçalo Inácio e traiu Adán. 

A reação do campeão nacional foi imediata e obrigou os madeirenses a ‘vestirem’ o fato-macaco. Seguiram-se momentos de sufoco no último reduto dos verde-rubros, mas o ataque do Sporting, quando não decidia mal, foi esbarrando na tenacidade de Zainadine e companhia. 

Os verde e brancos pressionavam com tudo, mas não se livraram de um susto, quando Alipour ficou a centímetros de desviar para o segundo do Marítimo aos 11 minutos. 

O domínio da equipa de Alvalade era quase total mas revelou-se pouco produtivo em oportunidades de golo. Matheus Reis e Slimani, que dispuseram das melhores, finalizaram mal as melhores jogadas coletivas até à meia hora de jogo.

A insistência do Sporting acabou por dar os frutos desejados graças a um desequilíbrio criado por Matheus Reis. O brasileiro meteu o turbo, entrou na área e cruzou rasteiro, atrasado, com Slimani a surgir sem oposição para bater Paulo Victor com o pé esquerdo.

Pouco depois do reatamento do jogo, Alipour voltou a fazer levantar os adeptos do Marítimo, mas Bruno Xadas, que colocou a bola na área, estava em posição de fora-de-jogo. O árbitro Manuel Oliveira ouviu as indicações do VAR e invalidou o lance. Os apoiantes do Sporting festejaram a decisão, mas Amorim manteve-se com cara de poucos amigos.

Já perto do apito para o intervalo, Paulo Victor, com uma má saída, deixou o esférico perto de Inácio, mas a defesa madeirense foi lesta a afastar o perigo. 

Das cabines regressaram os mesmos onzes e também a mesma postura tática exibida por ambas as equipas: o Sporting a impor intensidade no seu jogo, ante um Marítimo empenhado em recuperar a bola em zonas adiantadas, para sair depois em transições rápidas.

Aos 49, Paulinho, a passe de Porro, deixou o primeiro aviso das intenções dos lisboetas, tendo Coates, três minutos depois, deixado o segundo, ao falhar por pouco o desvio de cabeça para as redes de Paulo Victor, que demonstrou estar bem atento nos dois lances.

A boa entrada nos leões de Lisboa nesta fase do jogo foi perdendo intensidade com o passar do tempo. Os leões da Madeira voltaram do descanso mais concentrados, e ao errarem menos vezes, foram ganhando confiança.

Aos 75 minutos, uma recuperação de Pedro Porro deixou o lateral com o corredor livre para correr para a área, onde pouco depois de entrar disparou uma 'bomba', num remate cruzado, que levou o esférico a bater no poste e na trave. Reagiu o Marítimo logo a seguir, com Vidigal a rematar rasteiro e a bola a desviar num adversário para sair um pouco ao lado da baliza de Adán.

A reta final da partida viu o Sporting a abusar dos cruzamentos e passes longos para a área do Marítimo, que Seabra já havia reforçado com a entrada de mais um central, Leo Andrade. Com o coração na mão, a turma de Alvalade deixou de pensar, mas o Marítimo, com cabeça e entrega coletiva, também ajudou a que tal acontecesse.

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