Marítimo-Famalicão, 0-1 (crónica)

Raul Caires , Estádio do Marítimo, Funchal
20 fev 2022, 17:44

Famalicão mete a segunda no caldeirão

A retoma do Famalicão continua a dar frutos e este domingo valeu mais três preciosos pontos à custa do Marítimo, no ‘Caldeirão’ dos Barreiros. O duelo apontava para um bom espetáculo, tendo em conta que os dois contendores foram responsáveis por oito golos na ronda anterior: 5-0 do Famalicão ao Moreirense e 3-0 do Marítimo ao Arouca. Isso e ainda o facto de ambos os técnicos terem operado apenas duas alterações nos respetivos onzes que levaram a jogo na semana passada. Mas o duelo valeu pela primeira parte… 

Entrou melhor - muito melhor - a formação de Rui Pedro Silva. Pressionando alto, os minhotos forçaram muitos erros dos madeirenses, alguns em zonas proibidas, pelo que foi com alguma naturalidade que o Famalicão abriu o marcador, por Simon Banza.

O lance, aos sete minutos, foi invalidado, mas após uma revisão do vídeo-árbitro, que durou cerca de quatro minutos, o árbitro João Gonçalves apontou para o centro do campo, libertando a festa dos jogadores e equipa técnica do Famalicão. O tento foi validado por dois centímetros.

A toada ofensiva dos minhotos manteve-se por mais alguns minutos, e só não viu o marcador ser ampliado por força de uma grande intervenção de Paulo Victor, que negou o ‘bis’ a Banza aos 15'.  

O conjunto de Vasco Seabra sentia muitas dificuldades para explanar o seu jogo ante a aguerrida postura dos coletivo famalicense, sempre muito pressionante e a tentar explorar o lado esquerdo da defesa madeirense.

Os verde-rubros demoraram a criar perigo, mas este nasceu quase sempre em jogadas individuais, com destaque as de Cláudio Winck e Rafik Guitane, ambas desenhadas no corredor direito. Foi pouco ante um Famalicão que exibia muita qualidade e critério para chegar ao último reduto madeirense e criar dificuldades a Paulo Victor e aos restantes colegas da defesa. 

O guardião dos insulares, já perto do descanso, negou novo golo feito, desta vez a Ivo Rodrigues, após um belo cruzamento de Adrián Marín. Mas a vida do Marítimo ficou mais complicada quando, aos 45, Joel Tagueu foi chamado a converter uma grande penalidade assinalada sobre Alipour e permitiu a defesa de Luiz Júnior. E ainda mais quando ficou reduzido a dez elementos, após Cláudio Winck ver a segunda cartolina amarela e consequente ordem de expulsão.

Vasco Seabra estava obrigado a mexer e das cabinas não voltaram Joel Tagueu e Beltrame, de forma a acomodar as entradas de Bruno Xadas e Pedro Pelágio. Do lado de Rui Pedro Silva, naturalmente, não havia necessidade de mexer. Apenas a recomendação à equipa para ser paciente na gestão do jogo e na procura do golo da tranquilidade.

Com o Famalicão a pressionar em zonas mais recuadas, o Marítimo teve mais liberdade para pensar o seu jogo, mas revelou muitas dificuldades para criar lances de perigo junto do guardião Luiz Júnior. A velocidade de Alipour foi sendo solicitada na profundidade, mas o iraniano, muito sozinho e algo desastrado, não conseguiu corresponder. 

Mas a paciência dos minhotos na procura do segundo golo revelou pouco critério ante um adversário que, em inferioridade numérica, nunca deixou de procurar zonas ofensivas. É certo que Famalicão foi criando os principais lances de perigo, com destaque para uma bola disparada por Banza, aos 72, que saiu muito perto da trave da baliza de Paulo Victor, mas faltava claramente a intensidade da etapa complementar.

A gestão da vantagem dos famalicenses chegou a dar sono e só foi interrompida por uma tentativa de assalto à baliza de Luiz Júnior por parte do Marítimo, na compensação, que não passou de boas intenções.

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