Vasco Matos: «Depois do golo houve mais crença e alma, mas não conseguimos»

Redação Maisfutebol , Estádio de São Miguel, Açores
17 ago, 21:54
Liga Conferência: Vasco Matos no Santa Clara-Varazdin (EDUARDO COSTA/LUSA)

Treinador do Santa Clara lamentou a forma como a equipa entrou no jogo frente ao Moreirense

*Por Filipe Torres

Vasco Matos, treinador do Santa Clara, em declarações na conferência de imprensa, após a derrota frente ao Moreirense, por 1-0, na segunda jornada da Liga:

(Análise ao jogo e mudança tática com uma linha defensiva de quatro jogadores)

«Não, estávamos a jogar com uma linha de três, com o Vinicius a baixar, porque até a este momento tínhamos o Lucas Soares e o [Diogo] Calila lesionados. Com o Calila a vir agora de lesão, não estava preparado para jogar, e isso limita-nos ali um bocadinho àquilo que é o nosso jogo. É um bocadinho por aí, mas, obviamente, tentamos, em função dessa indisponibilidade, criar algumas soluções diferentes. Mas penso que, acima de tudo, foi a nossa entrada em jogo outra vez. Este primeiro golo altera ali um bocadinho a estratégia, conseguimos ter bola, mas nunca conseguimos criar situações efetivas no último terço de jogo. É um bocadinho este o resumo. O Moreirense aproveita a nossa perda de bola, depois mais um ou outro momento de transição que eles também aproveitam bem. A equipa, depois, também soube ter bola, e nós tentámos. Depois fomos modificando no intervalo também, melhoramos, a equipa melhorou, acreditou, houve mais crença, mais alma, mas não conseguimos».

«Obviamente sabíamos que era, e eu tenho vindo a alertar para isso, a questão dos desafios e dos obstáculos que vamos ter pela frente. Muitas questões mentais também, e temos que estar preparados para isso. Vai fazer-nos crescer, acredito que vamos continuar a melhorar, porque temos muito para melhorar e esse é o caminho: o trabalho, olhar para nós e melhorar. Não fazer disso um bicho de sete cabeças, é enfrentar as coisas, continuar a trabalhar, porque, de certeza, sairemos mais fortes daqui para a frente».

(Influência da carga de jogos nas exibições)

«Claramente que sim, isso para mim é claro. É um momento que temos que saber vivê-lo, temos que saber ultrapassá-lo e tirar as ilações desse mesmo momento. Obviamente que trabalhámos muito para conquistar isto, foi fruto daquilo que nós fizemos na época passada. Agora, obviamente, está aqui a custar-nos um bocadinho esta questão dos resultados, mas é como eu digo: olhar para isto, continuar a trabalhar, acreditar no processo - isso aí não há dúvidas nenhumas - acreditar nos jogadores, são os mesmos que nos fizeram estar em quinto lugar, por isso também são os mesmos que vão dar a volta à situação. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho e vamos, de certeza, conseguir sair disso, mas com trabalho, com muita dedicação, sem perder aquilo que são os nossos valores. É isso mesmo: continuar o nosso trabalho».

(Muitas interrupções influenciaram o jogo)

«Obviamente também essa questão funcionou, mas não foi por aí. Não vou me agarrar a isso. Vou olhar para aquilo que a nossa equipa tem que fazer e olhar para aquilo que são os nossos comportamentos, que isso a mim é que me interessa, e não perder nem dispersar com essas questões. Porque já há tanta coisa em volta daquilo que é o nosso momento... se nos agarramos a essas coisas, não vamos fazer bem o nosso trabalho. Por isso, olhar para aquilo que é o nosso trabalho, identificar aquilo que temos para melhorar, e é isso que vamos continuar a fazer».

(Maiores dificuldades causadas pelo Moreirense)

«A questão do golo, da forma como sofremos o golo, obviamente que nos retirou um bocadinho daquilo que era a confiança, dentro daquilo que era a nossa estratégia. Depois, a equipa não conseguiu, obviamente, criar situações, isso foi-se sentindo. Conseguimos ter bola na primeira fase e, na segunda fase, também conseguimos circular até chegar a um lado, chegar a outro, mas efetivamente não conseguimos. Depois, alguns momentos em que perdemos bola e o Moreirense aproveitou bem, porque estava a identificar bem esses momentos, e foi-nos criando alguns sustos. Mas é um aspeto que temos que continuar a melhorar, porque acredito que, se conseguirmos efetivar esta ligação do jogo e criar situações e finalizá-las, obviamente que isso vai trazer mais confiança. E o acreditar vai voltar, e esse vai ser o nosso trabalho».

(Ter foco apenas no jogo seguinte)

«Obviamente já repeti várias vezes sobre isso: não é fácil deixarmos de olhar para aquilo que está a acontecer. Obviamente que isso não nos favorece nada, se já sabíamos de antemão, muito mais agora, depois do que está a acontecer. Mas, para nós, não é nenhuma surpresa. Não é nenhuma surpresa o facto de as coisas na Liga Conferência estarem muito bem, obviamente, que é uma coisa que nós temos e lutamos diariamente contra isso, e temos de continuar a fazê-lo. Porque, disse, já o disse: o campeonato é muito importante. Agora também temos que olhar para nós e melhorar, e saber conviver com isso. Temos que saber conviver com isso e dar passos em frente. Não podemos estar sempre agarrados a essas coisas. Temos que dar passos em frente, e é isso que vamos fazer».

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