Justiça «futebolística» (e goleada) aplicada pelo Santa Clara no regresso à Liga
O calor bateu que nem fogo no relvado do António Coimbra da Mota, mas nem isso afastou um belo espetáculo no jogo de estreia de Estoril e Santa Clara (mais de regresso) na Liga 2024/25.
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Ainda assim, o sol pode ter dado alguma «moleza» aos jogadores, que demoraram a entrar no encontro e dessa forma, esse espetáculo não arrancou de imediato. Apesar do «fator casa», até foi o Santa Clara a conseguir algum ascendente, nomeadamente na posse de bola, com os médios do Estoril a não conseguirem dar conta das necessidades da equipa, em termos de construção de jogo.
Mas no futebol, as certezas raramente têm esse significado e prova disso acabou por ser o lance que deu a vantagem aos da casa. Completamente contra a corrente do jogo, um passe de Zanocelo para o interior da área descobriu Begraoui, que trabalhou bem de costas para a baliza e assistiu Alejandro Marqués para o 1-0, num belo lance coletivo.
A verdade é que a chave para desbloquear o encontro estava mesmo no pé direito do avançado espanhol, sendo que depois deste lance tudo mudou. As duas equipas começaram a procurar mais o golo e um claro destaque para Rafik Guitane (Estoril) e MT (Santa Clara), os dois elementos mais desestabilizadores de ambas as equipas no primeiro tempo.
Uma certeza que podemos sempre ter no futebol é que a justiça por vezes é bem aplicada e o que acabou por acontecer a fechar o primeiro tempo trouxe alguma «realidade» ao resultado. Após recuperar a bola no meio-campo, Vinícius Lopes pegou na «redondinha» e percorreu metros até chegar à entrada da área. Com tempo e espaço para tudo tentou a sorte e acabou por ser feliz, com um pontapé rasteiro, completamente fora do alcance de Dani Figueira.
Este acabou por ser, de resto, o resultado que se manteve até ao intervalo e dos balneários regressaram os mesmos 22 protagonistas, sem alterações em ambas as equipas. Mas para quem esperava mais do mesmo, as surpresas vieram em forma de goleada, para desespero dos adeptos caseiros e enorme festa dos visitantes.
Que o diga Dani Figueira, que até então não tinha sido muito incomodado, mas uma saída em falso acabou por deixar cair uma exibição algo segura do guardião português. Da bancada, percebeu-se logo que ia chegar tarde à bola e a verdade é que nem lhe chegou a tocar, sendo que a mão chegou apenas à perna de Gabriel Silva, que caiu dentro da área canarinha. João Pinheiro apontou logo para a marca dos onze metros e Alisson Safira aplicou o castigo máximo aos comandados do ausente (por motivos burocráticos) Ian Cathro.
No banco de suplentes do Santa Clara, Vasco Matos sorriu e apenas seis minutos depois esse gesto passou a ser de orelha a orelha. Recém-entrado no jogo, Ricardinho recebeu um presente embrulhado por MT e após combinar com Alisson Safira no interior da área só teve de colocar o laço para a perfeição. Se dúvidas existissem face à superioridade dos insulares, ficaram desfeitas aos 75 minutos e o desespero do Estoril tornou-se mais evidente.
Mas a tarde quente na Amoreira acabou por ser dos suplentes, isto porque a Ricardinho sucedeu João Costa, que precisou apenas de um toque na bola para ser feliz. A defesa do Estoril voltou a não ficar muito bem na fotografia e na sequência de um cruzamento de Matheus Pereira, o avançado só teve de encostar para o 4-1, dando assim contornos de goleada ao resultado.
Desta forma, o Santa Clara entrou com o pé direito na edição de 2024/25 da Liga e assumiu assim a liderança do campeonato, com os mesmos três pontos de FC Porto, Sporting e Boavista.
Veja aqui o resumo da vitória do Santa Clara sobre o Estoril: