Porto seguro no Rio Ave: «Se Hitler não chegou aqui, Putin não chegará»

25 mar 2023, 14:00
Yanina Rio Ave

Yanina fugiu da guerra na Ucrânia há um ano e foi acolhida em Vila do Conde, onde filho segue a paixão pelo futebol

O Rio Ave partilhou neste sábado a história de Yanina, uma mãe ucraniana de 31 anos que, há um ano, à semelhança de tantas outras, teve de deixar toda a vida para trás para fugir à guerra que entrou pelas cidades e casas dentro.

Juntamente com os dois filhos, Yanina foi acolhida em Portugal, mais propriamente em Vila do Conde, onde ela e os filhos encontraram um porto seguro.

«Quando acabou a comida em minha casa e tive de sair, vendo todos os militares com armas e muito stress nas ruas, percebi que tínhamos de sair dali. O nervosismo sentia-se nas pessoas que compravam tudo o que podiam. Por isso tivemos de fugir para um lugar mais seguro», explicou agora.

«Se não tivesse filhos, teria ficado e alistava-me no exército. Mas com duas crianças só queria que eles crescessem num sítio seguro. Ali ouvíamos tiros e bombas todas as noites. Deixei toda a minha vida para trás. Só agarrei uma pequena mala e nos meus filhos e viemos», acrescentou.

Elogiando a forma como foram acolhidos por uma população que que fez tudo para fazer aquela família sentir-se em casa, Yanina diz que o facto de o filho, de nove anos, ter encontrado a possibilidade de continuar a perseguir o sonho de ser jogador de futebol também contribui para o conforto que a eles sentem em Vila do Conde.

«O meu filho gosta muito de jogar futebol, já jogava na Ucrânia. Quando chegámos, fomos à Câmara Municipal e eles trouxeram-nos ao Rio Ave e tratou de tudo. O clube também nos ajudou muito», enaltece a mãe, que revela que os treinos são mesmo a parte preferida do dia do pequeno Dzhavad.

Já quando questionada sobre a razão para a escolha de Portugal como destino no momento de fugir da invasão russa, Yanina teve uma tirada curiosa.

«Portugal é muito longe da Ucrânia e achei que se o Hitler não conseguiu chegar a Portugal, o Putin também não vai conseguir. Foi por isso que escolhi o país», revelou, sorridente.

«Quero ficar aqui porque gosto muito do país. Quero aprender a língua e começar a trabalhar. Tenho medo de voltar para a Ucrânia, só quero viver num sítio seguro», conclui.

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