Santa Clara-FC Porto, 0-3 (crónica)

7 nov 2021, 19:06

Objetivo cumprido com distinção

O FC Porto venceu o Santa Clara nos Açores e agora fica de ‘cadeirinha’ à espera daquilo que os adversários vão fazer. A equipa de Sérgio Conceição venceu o Santa Clara por 3-0, num jogo que se tornou fácil a partir do primeiro golo do encontro, que chegou na reta final do primeiro tempo.

Mas vamos ao filme do encontro. O Verão de São Martinho chegou mais cedo a São Miguel para apadrinhar o jogo entre o líder e o lanterna vermelha do campeonato. Ambas as equipas precisavam de vencer, mas por motivos diferentes.

Para este encontro, o FC Porto já foi de sobreaviso. Há menos de duas semanas, os dragões foram derrotados por 3-1 no estádio de São Miguel, para a Taça da Liga. Um feito que Nuno Campos fez questão de evocar na antevisão da partida, lembrando que apenas Santa Clara e Liverpool foram capazes de vencer os azuis e brancos esta época.

Desde o início do jogo, porém, ficou claro que equipa açoriana não iria ficar agarrada ao passado. A partida começou repartida, com o FC Porto a assumir o domínio da posse de bola e com o Santa Clara determinado a explorar o contra-ataque. Os açorianos tiveram um início de jogo arrojado, com dois lances perigosos junta da baliza de Diogo Costa, mas foram perdulários no momento de chutar à baliza.

Aos 12 minutos, Evanilson cabeceou para defesa de Ricardo Fernandes após livre de Sérgio Oliveira. Seis minutos, resposta do Santa Clara: remate forte de Lincoln para defesa segura do guardião portista. 

Aos 20 minutos, novo aviso do FC Porto – a equipa, com o passar do tempo, foi consolidando a superioridade no jogo. Perda de bola de Tassano em zona perigosa, Luís Diaz assistiu Sérgio Oliveira, mas este, em zona frontal, rematou ao lado da baliza açoriana.

Ao longo de toda a primeira parte, a equipa de Sérgio Conceição controlou a posse de bola a seu bel-prazer, instalando-se no meio contrário. O Santa Clara, em muitos casos, colocou todos os homens atrás da linha da bola. O bloco baixo e organizado dos açorianos dificultou a missão dos dragões, que tiveram dificuldades em penetrar o último terço do terreno.

Face a isso, os lances de bola parada foram a principal arma dos azuis e brancos para criar perigo. Aos 33 minutos, canto de Sérgio Oliveira, cabeçada de Grujic, mas à figura de Ricardo Fernandes. Três minutos depois, foi Otávio que, dentro da área, rematou por cima da baliza açoriana.

Com dificuldades em chegar com a bola controlada junto à baliza insular, foi Sérgio Oliveira quem resolveu com um remate de fora da área. Aos 42 minutos de jogo, Lincoln perdeu a bola perto da sua área (a obsessão dos açorianos em sair a jogar motivou várias perdas de bola) e Sérgio Oliveira, com um remate cirúrgico, inaugurou o marcador nos Açores.

O golo simplificou um jogo que se poderia tornar complicado. A abrir a segunda parte, a partida ficou ainda mais fácil para os dragões. Quando muitos adeptos ainda não tinham voltado ao lugar após o intervalo, Otávio assistiu Luís Diaz que, com um belo cabeceamento, fez o 2-0.

Em desvantagem, a estratégia de Nuno Campos ruiu como um baralho de cartas e a equipa do Santa Clara pareceu perdida em campo. Por outro lado, a confiança da formação de Sérgio Conceição aumentou. Aos 54, canto de Sérgio Oliveira, grande cabeceamento de Pepe e só uma defesa monumental de Ricardo Fernandes evitou o 3-0.

A meio da segunda parte, o Santa Clara aparentava já ter deitado a toalha ao chão. As contas dos açorianos ficaram ainda mais complicadas aos 63 com a expulsão displicente de Allano, por acumulação de amarelos.

O jogo baixou o ritmo e ficou menos interessante. Até o tempo mudou: o verão de São Martinho foi de pouca dura e do céu escuro começou a cair chuva no estádio de São Miguel. O FC Porto limitou-se a controlar a vantagem e o Santa Clara a contar os minutos até ao fim.

Pelo caminho, o líder do campeonato aproveitou as facilidades para fazer mais um golo. Assistência de Zaidu e Luis Diaz, isolado, contornou Ricardo Fernandes e atirou para o fundo da baliza.

Até ao final, a equipa de Conceição esteve sempre mais perto do quarto do que o Santa Clara do golo de honra. “Até parece que o Porto está a jogar contra os juniores”, disse alguém da bancada, quando faltavam meia dúzia de minutos para o apito final.

Independentemente de tudo, o que importava ao FC Porto era acabar a jornada na frente do campeonato, superando a sempre difícil deslocação aos Açores. E o objetivo foi cumprido com distinção.

Relacionados

Patrocinados