Arouca-FC Porto, 0-2 (crónica)

Sérgio Pires , Estádio Municipal de Arouca
6 fev 2022, 20:08

Curva e contracurva até Vitinha abrir uma autoestrada

Ainda mais difícil do que chegar a Arouca é sair de lá com uma vitória.

Em vésperas de clássico, o líder FC Porto pôs pressão no campeão Sporting antes do clássico de sexta-feira que pode começar a definir o campeonato.

Não foi, porém, um passeio no parque este triunfo dos dragões em casa de um aflito. Houve curvas e contracurvas até Vitinha descobrir uma autoestrada.

O caminho para a vitória haveria de ser trilhado só na segunda parte.

Ao intervalo, o dragão sentia-se desconfortável com um nulo que só não foi desfeito ainda cedo (18m) porque Zaidu estava cinco centímetros em fora de jogo quando assistiu Evanilson.

Recuemos até ao quilómetro zero de uma estrada sinuosa.

Conceição optou por um 4-2-3-1, com Fábio nas costas de Evanilson. Poupou Uribe, em risco de exclusão, no meio-campo (por Grujic) e no eixo da defesa lançou Pepe, recuperado de lesão.

O 4-5-1 de Armando Evangelista controlou bem a largura e só a espaços o FC Porto – sempre por cima – foi criando oportunidades.

Sempre que Zaidu rompia sobre a esquerda ou Otávio pela direita os dragões conseguiam criar desequilíbrios.

No entanto, haveria de ser na segunda parte que Vitinha e Fábio Vieira pegaram no volante e aceleraram prego a fundo sem tráfego ou radares que os detivesse.

Já com o reforço Galeno em campo (entrou aos 53m; Eustáquio também havia de se estrear, aos 78m), foram três minutos de vertigem e potência.

Aos 54m, Vitinha fartou-se do pára-arranca e disparou de fora da área surpreendendo Victor Braga.

GO-LA-ÇO.

O 2-0 para o FC Porto haveria de surgir logo a seguir, com Fábio Vieira com regra e esquadro a convidar Mbemba a finalizar de cabeça.

Festa incontida nas bancadas. Uma parte dos muitos adeptos que fizeram de Arouca uma espécie de mini-Dragão derrubou até painéis publicitários na hora de comemorar com a equipa.

A história estava feita, não sem ainda um episódio negativo: Diogo Costa lesionou-se numa queda e saiu de maca, dando lugar a Marchesín.

Foi o único sinal de perigo numa reta final que parecia tranquila.

Em vésperas de clássico, o FC Porto tem mais uma missão cumprida: soma 16 vitórias consecutivas na Liga (igualando o recorde de Villas-Boas), perdeu apenas 4 pontos em 21 jornadas e nem as saídas do mercado de inverno parecem abalar. Quem não tem Díaz (Oliveira ou Corona), caça com o muito talento que ainda tem à disposição.

Com gente com a qualidade de Vitinha e Fábio Vieira Conceição bem pode dizer: «Comigo, os miúdos vão sempre à frente.»

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