Tondela-P. Ferreira, 0-1 (crónica)

18 dez 2021, 17:36
Tondela-Paços de Ferreira (Nuno André Ferreira/Lusa)

Paços sorri em Tondela

* Por Carlos Eduardo Esteves

A equipa da Capital do Móvel soube aguardar pelos momentos certos e leu melhor o jogo na segunda parte. Triunfo é tão justo pelo que fez como por tudo o que o Tondela não foi capaz de fazer numa segunda parte para esquecer para os beirões.

O jogo que marcou a estreia de César Peixoto no comando técnico do Paços começou muito discutido a meio campo, sem qualquer ocasião de perigo criada pelas duas equipas nos primeiros cinco minutos de jogo. O primeiro remate do jogo havia de ser de um atleta que fez deste um jogo especial. Salvador Agra recebeu ao início do encontro uma camisola comemorativa dos 200 jogos feitos na Liga e acabou por criar a primeira situação digna de registo, mas André Ferreira contrariou a vontade do jogador do Tondela.

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A iniciativa de jogo foi sendo repartida nos primeiros minutos, mas o Tondela parecia sempre saber mais o que fazer com bola. Mas Dadashov levou a posse de bola demasiado a sério num lance aos 12 minutos. O jogador do Tondela conduziu o esférico ao longo de vários metros e uma jogada que poderia ser atribulante para o Paços, acabou num lance que só entra nesta crónica para ilustrar o que foram os primeiros momentos de um jogo que haveria de seguir para o intervalo com um nulo no marcador.

Mas não foi por falta de tentativas de um lado e de outro. Depois de um começo difícil, os jogadores foram abrindo espaços e a criatividade começou a vir ao de cima. Aos 21 minutos o Paços ainda marcou mas 4 cm separaram o clube de um golo que na altura era uma prenda que os pacences não mereciam. Eustáquio recebeu um passe com açúcar por parte de Nuno Santos e pôs a bola dentro da baliza. O golo contou até o vídeoárbitro intervir e anular. O teimoso 0-0 continuava em Tondela. Ainda antes do apito para o intervalo, o Tondela poderia ter marcado por duas vezes e o Paços teve outra chance de golo. Do lado dos beirões, Dadashov ganhou uma bola que parecia perdida, ganhou metros, rematou e por pouco não sorriu. O Tondela poderia ainda ter marcado caso Ricardo Alves não cabeceasse demasiado por cima depois de um livre ganho à entrada da área.

Numa primeira parte em que apenas um amarelo foi mostrado, o Paços foi obrigado a substiuir Jorge Silva para entrar Fernando. E aos 37 minutos os pacences tiveram a melhor ocasião legal, isto é, tirando o golo anulado. Trigueira teve de aplicar-se depois de um remate forte de Denilson fora da área.

A segunda parte começou com um Tondela mais perigoso: Murillo, logo aos dois minutos do segundo tempo, estava em situação privilegiada para adiantar o clube beirão no marcador, mas permitiu a defesa de André Ferreira. Aos 52 minutos, Ricardo Alves perde a bola e Denilson ficou em situação vantajosa para adiantar o Paços no marcador e, se não fosse Neto Borges, poderia ter daí resultado o golo dos nortenhos. Cinco minutos depois, Uilton concluiu uma jogada bem desenhada pelo ataque do Paços, mas não marcou o golo para uma equipa do Paços que entrou muito melhor na segunda parte sobretudo no aproveitamento de espaços e de perdas de bola do Tondela. Nesta altura, nas bancadas ouvia-se pedidos para Pako mexer o jogo. A primeira substituição do Tondela haveria de acontecer aos 68 minutos: e foi dupla. Saíram João Pedro e Dadashov, entraram Daniel dos Anjos e Tiago Dantas.

Antes, aos 65 minutos, o Tondela dispôs de um livre mesmo à entrada da área. Salvador Agra rematou forte, rasteiro, mas André Ferreira correspondeu com uma boa defesa. Depois da tal dupla substituição do Tondela, o Paços dispôs de outra ocasião de golo. Aos 70 miutos, Antunes cruzou e Delgado cabeceou cheio de intenção, mas Trigueira e... o poste negaram o golo ao Paços. O guardião do Tondela acabou por ir contra o poste e  O mesmo Trigueira que, dois minutos depois, fez nova excelente defesa a novo remate de Delgado. O Paços haveria de ter outra oportunidade de golo logo depois com Marco Baixinho a cabecear por cima em excelente posição para marcar. O Paços estava claramente por cima nesta fase do jogo.

Trigueira que havia ficado tocado do lance que foi desviado pelo poste, acabou substuído por Niasse, a treze minutos do fim do encontro.

O lance capital do jogo acontecceu aos 78 minutos quando Nuno Santos sofreu falta dentro da área. Penalty marcado e depois convertido por Denilson. Bola para o meio da baliza, Niasse optou por atirar-se para o lado esquerdo. Golo que, ao contrário do que aconteceu no lance invalidado na primeira parte, fazia justiça ao que se via em campo. O Paços estava melhor no jogo. E foi crescendo à medida que os minutos passavam. Logo depois de ter marcado, poderia ter aumentado o marcador segundos depois.

Se houve algum momento do jogo em que uma equipa dominou outra, foi exatamente nesta fase do encontro. Até ao final do jogo, o Paços limitou-se a controlar o jogo que mereceu ganhar em Tondela. Um jogo em que aproveitou bem as perdas de bola e no qual foi capaz de, nos momentos decisivos, saber atacar a baliza, na hora certa.

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