P. Ferreira-Sp. Braga, 1-2 (crónica)

André Cruz , Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira
21 jan 2023, 17:33

Candidatos à estrelinha?

Se dúvidas houvesse acerca da real capacidade do Sporting de Braga em lutar pelo título, os minhotos deram uma resposta este sábado na Mata Real e mostraram que, à semelhança dos crónicos grandes, já começam a ganhar algum desse estofo.

Isto porque, após um empate a uma bola que durou mais de 90 minutos, o golo de Simon Banza aos oito de compensação fixou o resultado final (2-1), naquele que pode ser entendido como um golpe da «estrelinha» que qualquer campeão precisa. E, hoje, sem a principal figura, Ricardo Horta, por lesão.

Por outro lado, este desfecho é inglório e cruel para o Paços de Ferreira, que se bateu de forma digna e merecia terminar a primeira volta com, pelo menos, mais um ponto.

FILME DO JOGO

Se havia muito ceticismo em torno do regresso de César Peixoto, a verdade é que esta equipa pacense parece outra desde que o técnico voltou. Estímulos renovados, índices de confiança em alta (os dois resultados anteriores também ajudam) e um estilo de jogo que dá gosto ver e apreciar.

Os castores bateram-se de frente com o Sporting de Braga, houve momentos em que até foram superiores, noutros, por força da qualidade dos minhotos, também estiveram mais recuados e souberam sofrer.

As dúvidas na hora do regresso de Peixoto foram semelhantes àquelas que invadiram o universo bracarense quando Artur Jorge foi apresentado, tal como o técnico já reconheceu. Ainda assim, a capacidade do treinador arsenalista não pode ser descartada ou minimizada: 40 pontos ao fim da primeira volta, o melhor registo de sempre do Sp. Braga.

Os pacenses começaram por cima, a mostrar ao que vinham e certamente César Peixoto terá ficado satisfeito com o que viu, pelo menos até ao momento da definição no último terço. Futebol associativo, rendilhado, variação de flanco rápida e agressividade nos duelos. Apenas por falta de maior acerto nos momentos decisivos é que o Paços não se adiantou no início da primeira parte.

Por volta da meia hora, foi tempo de Sp. Braga fazer jus à nomeação de candidato a «quarto grande».

A equipa de Artur Jorge empurrou os anfitriões para o seu reduto defensivo e praticamente, até ao intervalo, só se jogou num dos lados do campo. Também por falta de assertividade, mas também de um bom desempenho de Marafona, os bracarenses não conseguiram adiantar-se.

O jogo estava «quentinho», com algumas quezílias, e por isso bem vivo. Por outro lado, não se poderia dizer que alguém estivesse por cima.

A segunda parte começou de forma aberta – o Paços até entrou melhor – mas foi o Sp. Braga a chegar ao golo pelo artilheiro-mor, Vitinha. Ainda assim, o avançado, que nem esteve particularmente inspirado, só teve de fazer mais fácil e encostar após o trabalho do parceiro de setor Abel Ruiz.

Talvez se tenha pensado que este seria o momento em que o Sp. Braga iria assumir por completo o controlo de jogo, mas não foi isso que sucedeu.

O Paços, sempre assente na sua ideia de jogo, conseguiu mesmo o empate. A bola circulou de um lado ao outro, Holsgrove combinou com Gaitán e armou um belo remate sem hipótese para Matheus, já que a bola ainda sofreu um desvio.

A partir de então, o Sp. Braga esteve mais próximo da vitória, embora sem encostar os pacenses à sua balzia. Faltou instinto matador a Iuri Medeiros (desperdiçou várias ocasiões claras de golo), mas foi por isso que Artur Jorge colocou Simon Banza em campo e o francês sacou a estrelinha do bolso e apontou um golo que, alémd e celebrado até à exaustão, pressiona os outros dois candidatos.

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