Benfica: o efeito (imediato e não só) das chicotadas neste século

29 dez 2021, 17:39
Treino do Benfica com Nélson Veríssimo e Pizzi (DR SL Benfica)

Só três treinadores (Veríssimo foi um deles) entraram com o pé direito e também só três conseguiram melhorar a classificação em que a equipa se encontrava quando chegaram.

Pela nona vez desde 2000, o Benfica anunciou a saída de um treinador com a época em andamento.

Desde a viragem do milénio, o clube encarnado começou por ver Mourinho suceder a Jupp Heynckes, Toni render Mourinho, Jesualdo Ferreira substituir Toni, José Antonio Camacho chegar para o lugar de Jesualdo, Camacho render Fernando Santos (e cair depois para a entrada de Chalana), Bruno Lage a seguir a Rui Vitória, Lage cair por Nélson Veríssimo e este suceder, agora, a Jorge Jesus.

Isto sem contar com um primeiro período no qual a equipa principal esteve entregue a Fernando Chalana no final de 2002, numa curta transição de um jogo entre a saída de Jesualdo e a entrada de Camacho.

Se a primeira década deste século ficou marcada pela instabilidade vivida pelas equipas técnicas dos encarnados, que até 2009 tiveram uma média superior a um treinador por ano, a segunda foi mais pacífica. Jorge Jesus esteve seis anos consecutivos ao leme das águias e Rui Vitória três temporadas e meia, ao ponto de entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2019 a Luz só ter conhecido três treinadores: Jesus, Vitória e Lage.

O saldo do efeito, pelo menos o imediato, das chicotadas não foi particularmente positivo. Três vitórias (Camacho, 2002; Lage, 2019; e Veríssimo, 2020), dois empates (Jesualdo, 2002; e Camacho, 2007) e três derrotas (Mourinho, 2000; Toni, 2000; Chalana, 2008).

Ainda assim, os últimos anos permitiram equilibrar a balança que pesava mais para o pior dos lados. Bruno Lage e Nélson Veríssimo tiveram estreias vitoriosas à frente do Benfica. Lage levou a melhor sobre o Rio Ave por 4-2 e o homem que agora sucede a Jesus até ao final da época comandou a equipa numa vitória sobre o Boavista, naquele que foi o primeiro de seis jogos que fez até ao final da época 2019/20.

Se olharmos para os efeitos que as mudanças das equipas técnicas tiveram na classificação dos encarnados, há também realidades distintas, que pode ver no quadro em baixo. Três destes treinadores (Chalana, Bruno Lage e Nélson Veríssimo) foram soluções interinas, sendo que Lage acabou por ver a reforçada a confiança da direção algumas semanas após assumir a equipa principal, tendo passado de interino a efetivo com contrato renovado até 2023.

Treinador Como entrou Como terminou
José Mourinho 7.º 6.º
Toni 6.º 6.º (final da epoca)
Jesualdo Ferreira 4.º 4.º (final da época)
José Antonio Camacho 3.º 2.º (final da época)
José Antonio Camacho 6.º (após a 1.ª jornada) 2.º
Fernando Chalana 2.º 4.º (final da época)
Bruno Lage (2018/19) 4.º 1.º (final da época)
Nélson Veríssimo (2019/20) 2.º 2.º (final da época)
Nélson Veríssimo (2021/22) 3.º ?

 

Relacionados

Benfica

Mais Benfica

Patrocinados