Greve da TAP: a odisseia do Arouca para viajar para a Madeira

30 abr 2015, 17:17
Arouca-Marítimo

Equipa orientada por Pedro Emanuel teve de recorrer a uma companhia low cost e vai pernoitar duas noites no Funchal

O Arouca só começa a jogar a 31.ª jornada da Liga Portuguesa no próximo domingo, dia 3 de maio, mas o jogo com o Marítimo já começou a mexer com o quotidiano arouquense há várias semanas.

A greve de 10 dias decretada pelos pilotos da TAP, com início marcado para esta sexta-feira (1 de maio), obrigou à alteração profunda dos procedimentos habitualmente escalonados para as deslocações à Madeira que envolvem sempre uma logística diferente de todas as outras assinaladas no calendário.

«Inicialmente marcámos a viagem pela TAP, companhia que habitualmente trabalha com as equipas de futebol. Arrancámos com o processo há sensivelmente um mês, como, de resto, fazemos sempre que viajamos para Madeira», contou Flávio Soares, Team Manager
do Arouca, em exclusivo ao Maisfutebol
, acrescentando que posteriormente foi confrontado com o cenário de greve que transfigurou todo o panorama.

«Toda esta situação acarreta alterações. Participámos à Liga Portuguesa de Futebol que, por sua vez, entrou em contacto com a Cosmos, agência que trata diretamente com a TAP. A resposta da transportadora foi que não havia alternativa e que a solução teria de ser encontrada pelos clubes», recordou.

Perante este cenário, os responsáveis do clube aveirense viraram-se então para as low cost
que curiosamente acarretam mais custos do que as companhias regulares.

«Estas companhias não fazem diferenciação e exigem uma lista prévia de passageiros. Já tivemos problemas com o David Simão que foi admoestado com o nono cartão amarelo [diante do Paços Ferreira] e não pode jogar com o Marítimo devido a castigo. Temos de pagar para substituir e pode sempre haver lesões que exijam novas alterações», descreve o responsável.

Além de todo o processo burocrático que antecede a viagem, há que contar ainda com as restrições de bagagem impostas pelas companhias de baixo custo, que uma vez mais obrigam os clubes a abrir os cordões à bolsa.

«Existem limitações quanto à bagagem de porão. Como se sabe a viagem contempla apenas um volume de mão [com formato limitado] e isso quer dizer que vamos ter de pagar pelo resto da bagagem. É muito complicado fazer frente a todo este tipo de despesas», sublinha Flávio Soares.

Implicações desportivas


Os condicionamentos alastram-se ao pós jogo e a equipa de Pedro Emanuel está ‘obrigada’ a pernoitar duas noites no Funchal, contrariamente ao que é habitual, já que não há a possibilidade regressar imediatamente após o encontro dos Barreiros.

«Viajamos para o Funchal no sábado [2/05/2015] pelas 08:15 horas e só regressamos na segunda-feira [4/05/2015], portanto acabam por ser quase três dias. Vamos ter de pagar mais um dia de alojamento e as respetivas refeições. Tudo isto acaba por mexer com os jogadores», reforça.

Todo este imbróglio acontece numa fase avançada e decisiva do campeonato português, estando o Arouca ainda envolvido na luta pela permanência. O clube lamenta o sucedido e chama a atenção para os contornos que o episódio pode ter na vertente desportiva.

«Vamos ficar na Madeira mais um dia o que prejudica diretamente a preparação do próximo jogo [receção ao Boavista]. Estamos na reta final de uma época longa, os jogadores já foram sujeitos a um desgaste enorme e, além disso, estamos em fase de decisões onde o pormenor faz a diferença», rematou.

Relacionados

Viagens

Mais Viagens

Na SELFIE

Patrocinados