Marítimo-Santa Clara, 4-1 (crónica)

Raul Caires , Estádio do Marítimo, Funchal
11 dez 2021, 17:42

Madeirenses irrepreensíveis do dérbi insular

Separados por um ponto, e posicionados na parte baixa da tabela, Marítimo e Santa Clara subiram ao relvado dos Barreiros com o objetivo de dar continuidade ao momento mais positivo da época, traduzido na série de dois jogos sem perder: uma vitória e um empate para cada lado.

O duelo também pressupunha uma questão de honra, ou não se tratasse do dérbi das ilhas. Entrou melhor o Santa Clara, que marcou logo a abrir, mas o Marítimo não tardou muito tempo em recuperar a confiança, impor o seu jogo e lograr a reviravolta ainda antes do intervalo, e chegar à goleada (4-1), merecida, na etapa complementar. 

Melhor entrada era quase impossível para a equipa de Nuno Campos. O Santa Clara deu o pontapé de saída, e depois de trocar a bola a meio campo, o esférico é metido nas costas da defesa madeirense, onde Rui Costa recebe bem e cruza atrasado para Cryzan rematar. A bola desvia em Leo Andrade e trai Paulo Victor, com a Liga a atribuir o tento ao central dos madeirenses. O relógio assinalava 24 segundos...

Cinco minutos depois, Cryzan ficou perto do segundo golo dos açorianos, mas o cabeceamento, na sequência de um canto, saiu à figura de Paulo Victor. A reação dos comandados de Vasco Seabra começou a ganhar forma com um jogo de posse, pensado com paciência mas também com intensidade na procura dos desequilíbrios.  

Aos 12 minutos, Joel Tagueu arrancou na direção da baliza a partir da direita, deixou Villanueva para trás e atirou, já com pouco ângulo, com a bola a passar muito perto da trave. O Marítimo pressionava alto, e não deixava o Santa Clara sair a jogar com critério. A pressão madeirense foi premiada à passagem do quarto de hora, depois de Rafael Ramos cometer falta sobre Henrique na grande área. 

O extremo dos madeirenses chegou mais rápido à bola e acabou por ser pontapeado, mas Fábio Veríssimo mandou seguir o jogo. No entanto, o juiz da AF de Leiria foi alertado pelo VAR e depois de visionar as imagens, apontou para a marca dos 11 metros. Joel Tagueu, chamado a converter, fê-lo sem hipóteses para o guardião dos açorianos.

O Marítimo não tirou o pé do acelerador e Rafik Guitane, pouco depois da meia hora, atirou a rasar a barra, na sequência de uma bela grande jogada individual em que deixou Villanueva e Nené a ver o francês jogar.  

A justiça acabou por chegar ao marcador aos 38 minutos, com um frango, mas de forma merecida, pois o Marítimo, assumindo todas as despesas do jogo, dava tudo o que tinha para chegar à vantagem antes do intervalo. Beltrame assistiu Henrique e este a desviar a bola por entre as pernas de Marco Pereira...

O golo afetou claramente a formação açoriana, e a melhor prova disso é não ter esboçado uma reação digna de registo até ao apito para o descanso, que chegou com os verde-rubros donos e senhores do jogo.      

Das cabines voltaram os mesmos onzes, mas com o Santa Clara a dar mostras que queria reentrar na discussão do resultado. Mas tudo não passou de boas intenções. O Marítimo, mais personalizado e confiante, chegou ao 3-1 à hora de jogo. Rafik ganhou um livre sobre a direita do ataque madeirense, que Beltrame cobrou de forma exemplar para cabeça de Matheus Costa, que surgiu sem oposição ao segundo poste.

Rafik estava endiabrado e aos 68 minutos voltou a desequilibrar a balança, obrigando Mansur a cometer falta na grande área. O francês foi para os 11 metros e chegou ao golo que já merecia há muito.

Ainda havia muito tempo para jogar, mas com um resultado tão desnivelado, pouco ânimo sentiu o Santa Clara para remar contra a maré, à frente da qual estava um Marítimo irrepreensível na condução e gestão do jogo.

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