FC Porto-Portimonense, 3-1 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Dragão, Porto
8 nov 2020, 19:33

O campeão continua a tentar reencontrar-se

«Prazer, sou o FC Porto e estou a tentar reencontrar-me.»

Assim se poderia descrever o que os campeões nacionais sentem bem lá no íntimo. Os dragões voltaram a sentir dificuldades na Liga, desta vez frente Portimonense -  último da tabela. Venceram por 3-1, mas sem convencer.  

Os azuis e brancos realizaram uma primeira meia hora muito cinzenta e com faltas de concentração claras. Os vários passes simples falhados, alguns sem qualquer tipo pressão, são sintomáticos. Foi, precisamente, num passe falhado de Uribe que os algarvios chegaram à vantagem. Moufi viu via aberta na direita e cruzou para o cabeceamento certeiro de Beto.

Com as linhas bastantes próximas, o Portimonense dificultou de sobremaneira o adversário. O FC Porto começou a soltar-se com o decorrer dos minutos e após um remate de Uribe na área, Díaz atirou à malha lateral.

Conceição não gostava do que estava a ver da bancada (devido a castigo) e nem esperou pelo intervalo: substituiu Uribe aos 32 minutos e introduziu Taremi. Foi também uma forma de enviar uma mensagem à equipa.

A verdade é que resultou e o FC Porto começou a conseguir, a espaços, furar a muralha amarela. Sérgio Oliveira obrigou Samuel à primeira boa defesa da tarde e atirou a rasar a trave. Pelo meio, o guarda-redes dos algarvios segurou o cabeceamento de Mbemba após um canto.

Os dragões têm, como se sabe, uma arma que poucos outros emblemas têm: as bolas paradas. Foi assim, que chegou o empate num cabeceamento de Mbemba na sequência de um canto de Sérgio Oliveira. O empate chegou no último suspiro da primeira parte e os campeões nacionais respiraram de alivio.

Logo a abrir a segunda parte, o FC Porto marcou em três toques: Manafá deixou em Sérgio Oliveira que cruzou, de primeira, para o remate de Taremi nas costas de Willyan. Estreia a marcar do iraniano com a camisola azul e branca.

Apesar da desvantagem, o Portimonense vendeu cara a derrota. É uma equipa incómoda, conhecedora das suas armas e limitações. Por isso, foi sem surpresa que incomodou o FC Porto até ao apito final. Dener ficou a centímetros do empate num golpe de cabeça.

Por seu turno, os dragões intercalaram jogadas com elevada nota artístico, como a triangulação que deixou Sérgio Oliveira na cara de Samuel, com outras de total desconexão em que perdeu consecutivamente a bola ainda no seu meio-campo. O internacional português redimiu-se e assinou o 3-1 descansando, por fim, o campeão nacional.

O FC Porto voltou a somar duas vitórias consecutivas esta época – ainda não superou este registo. É, no fundo, a prova de uma equipa que ainda se está a reencontrar consigo própria.

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