Estoril-Arouca, 1-2 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio António Coimbra da Mota, Estoril
27 jan 2022, 22:23

Cambalhota arouquense para pôr a cabeça à tona

Dois meses depois, o Arouca regressou aos triunfos na Liga e deixou os lugares de despromoção na Liga, ao vencer com uma reviravolta tardia em casa do Estoril, em jogo da 18.ª jornada da Liga.

As duas equipas chegavam a esta partida depois de vários dissabores nas últimas semanas, mas o cenário, esse, era bem diferente: o Estoril tentava vencer para ultrapassar o Vitória de Guimarães e chegar ao sexto lugar. O Arouca jogava a saída dos lugares de despromoção.

E o início do jogo deu um excelente tónico para o twist que se viu no fim.

A jogar em casa, o Estoril entrou com tudo e já vencia aos seis minutos. Antes desse golo, porém, basta dizer que durante quase os primeiros dois minutos da partida, foi a equipa de Bruno Pinheiro que teve a bola nos pés. O Arouca andou a correr atrás dela.

O tónico estava dado, Abdoulaye abriu a contagem com um autogolo, e essa vantagem deu outra tranquilidade à formação da Linha. Mas talvez tenha sido tranquilidade a mais.

É certo que o Arouca era a parte interessada em reagir, e fê-lo, mas talvez o tenha feito com alguma conivência do Estoril. A equipa mandona que entrou a ser dona da bola nos primeiros minutos, deu lugar a outra que baixou alguns metros no campo e que, seja em ataque organizado ou em transição, não mais foi capaz de ameaçar a baliza de Victor Braga no primeiro tempo.

Para sorte dos canarinhos, os arouquenses também não se mostraram particularmente inspirados na hora de desenhar ataques às redes de Thiago.

A reação arouquense a abrir, a reviravolta arouquense a fechar

Mas isso foi só na primeira parte.

O Arouca tinha pressa de chegar ao empate, e em cinco minutos fez mais do que tinha feito em toda a primeira parte – Bukia ameaçou o 1-1 logo nos primeiros segundos da etapa complementar.

Talvez surpreendido por esta entrada de rompante dos comandados de Armando Evangelista, a verdade é que o Estoril demorou a recompor-se. Nesse entretanto, os arouquenses foram carregando a baliza de Thiago Silva – Bukia voltou a ameaçar e Thales acertou no ferro.

Os homens da casa aguentaram a pressão e depois da hora de jogo, sim, os homens da casa estabilizaram e não mais se sujeitaram ao sufoco vivido no quarto de hora anterior.

Bruno Pinheiro também refrescou a equipa – Baró, um dos homens da noite, deu o lugar a Geraldes, e Clóvis entrou para a posição de Rui Fonte – e Victor Braga até foi obrigado a trabalhos forçados para evitar o 2-0.

Esse 2-0 não chegou, porque também não foi assim tão procurado, e o Arouca, apesar da clara falta de inspiração, foi acreditando, e acreditando até ao empate… e à vitória. Em dois lances de parada, diga-se.

Primeiro André Silva rematou para fazer o 1-1, ao minuto 89, e aos 90+7 minutos, no último lance do jogo, Eboué Kouassi entrou de rompante sobre a bola para desviar para a baliza.

Quem viu os primeiros minutos da partida jamais imaginaria o Arouca a sair vitorioso desta noite, mas por isso é que o futebol é tão especial. Os arouquenses acreditaram até ao fim e saem da Linha com a vitória no bolso, mais de dois meses depois da última vez que o tinham feito, e deixam a zona de despromoção. Uma cambalhota para pôr a cabeça à tona.

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