Boavista-Vizela, 2-2 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Bessa, Porto
6 fev 2022, 17:38

Montanha-russa axadrezada

Quem pagou bilhete para a montanha-russa do Bessa, não saiu desiludido. Quiçá, com um sorriso amarelo.

Boavista e Vizela protagonizaram um belo jogo e dividiram pontos. Ninguém merecia perder, é certo, mas o resultado premeia, em parte, a pantera que jogou quase uma parte inteira com dez jogadores.

Os axadrezados poderiam ter vencido, o que seria épico, mas Hamache desperdiçou um penálti no último minuto do jogo – atirou para a bancada.  

Os minhotos entraram melhor no encontro e podiam, inclusive, ter marcado não fosse Ilori ter desarmado Cassiano. O avançado brasileiro ainda ameaçou o 0-1 numa bomba de livre direto, mas foi Samu quem inaugurou o marcador dez segundos depois de ter substituído o lesionado Guzzo.

Pelo meio, é preciso escrevê-lo, os axadrezados viram a equipa de arbitragem invalidar um golo a Musa por posição irregular.

Jogava-se bem no Bessa. O Vizela tinha, como é próprio da sua identidade mais bola, perante um Boavista que encara o jogo de forma simples e prática. Não há ideias melhores ou piores, não é verdade?

A segunda parte foi distinta. Foi, sublinhe-se, excelente de seguir. Os axadrezados tiveram uma entrada desastrada em jogo e ficaram reduzidos a dez elementos aos cinco minutos da etapa complementar por expulsão de Luís Santos – decisão tomada após Fábio Melo ver as imagens no monitor.

Esperava-se, por isso, que os minhotos ficassem confortáveis na partida. Mas, já se sabe, o quão difícil é fazer previsões ou apostas no futebol. A inferioridade numérica como que fez bem à equipa de Petit. Nem cinco minutos depois, o Boavista conquistou um penálti por braço de Julião na área e Hamache empatou o jogo.

O Vizela sentiu o golo e sofreu com o crescimento do axadrezado. Pouco depois do golo, Musa obrigou Pedro Silva a defesa apertada. As bancadas axadrezadas empurravam a equipa e esta correspondia. Álvaro Pacheco foi alterando e a equipa voltou a crescer no jogo. Conseguiu ter bola e estar mais estável. O golo do 1-2 é sintomático: a bola entra em Rashid e este toca para Cassiano que isola Samu para o bis.

Os vizelenses nem tiveram tempo para saborear nova vantagem, visto que sofreram dois minutos depois. Musa ganhou nas alturas, Hamache ganhou e perdeu a bola e esta sobrou para croata que igualou a contenda.

Este Boavista tem uma alma tremenda! O jogo poderia ter caído para qualquer lado no quarto de hora final. Zohi enviou uma bola à trave da baliza de Bracali, na sequência de um pontapé de canto, e na resposta, Hamache desperdiçou um penálti.

Lá está, ninguém merecia perder.  

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