Treinador do FC Porto fala do lance do golo do Farense e diz que o central «vai crescer» e diz que a vitória é inquestionável
Declarações do treinador do FC Porto, Vítor Bruno, à SportTV, após a vitória por 2-1 ante o Farense, em jogo da 5.ª jornada da Liga:
«[O FC Porto] ganhou porque tinha de ganhar e ganhou bem. Acho que se alguém questiona a vitória do FC Porto, é alguém que viu um jogo diferente. O Ricardo Velho fez uma exibição fenomenal. Falhámos sete, oito lances de golo, quatro bolas nos postes. Avassaladores. A primeira parte devia estar fechada com o resultado, 3-0, 4-0, 5-0 não era favor nenhum. A abrir a segunda parte fazemos um golo, depois de um erro individual que faz parte do nosso crescimento, de passos a dar em frente para ganhar maturidade, mas a equipa está preparada para responder e proteger sempre um colega que possa errar. Foi à vista de todos, não vale a pena esconder, é um erro individual, mas é um erro de alguém que trabalha bem, que é sério, a mim não incomoda porque sei qual é a casta que ele é feito. Ele e a equipa. E a equipa sentiu. E sentiu necessidade de voltar a agarrar o jogo para camuflar um bocadinho esse erro e ganhar. Acaba por ser quase ridículo estarmos aqui a falar de poder não ganhar este jogo, porque foi demasiado avassalador para o que foi o resultado, em termos de números.»
[Otávio instável após o 1-1, o que é preciso para estabilizar emocionalmente nestes momentos:] «Faz parte do crescimento deles, o Otávio há pouco estava diferente, num clube – e com todo o respeito pelo Famalicão – que não tem a exigência que tem o FC Porto, o próprio Moura também é o primeiro jogo aqui hoje, tudo leva tempo, requer alguma capacidade, da nossa parte, de agarrá-los a um contexto de exigência maior. Eles vão dar os passos que têm de dar, a essência está lá, o ADN está lá, a marca Porto está presente, é uma questão de maturar comportamentos, perceber que depois de um erro não podemos querer resolver a fazer coisas brilhantes. O mais simples depois de um erro é fazer o mais simples, jogar curto, fácil, abordagens pela certa. Há a tendência normal, depois de cometer um erro, de querer fazer tudo bem e precipitar algumas ações. Aconteceu, ele vai crescer com o erro, tem essa capacidade de receber informação, produzir aprendizagem a cada treino que passa. É o nosso papel, confiamos muito no Otávio. O erro, para nós, não é um problema. A forma como se reage ao erro… e não é reagir nas ações seguintes, é na forma como tem capacidade para lidar com o erro. Se isso estiver instalado, a mim não me preocupa.»
[Mexidas na defesa, se teve algum receio com tantas mexidas:] «Receio não, porque estas duas semanas permitiram trabalhar em cima de uma linha defensiva nova. Ficaram cá os quatro, não foram para a seleções: o João Mário, o Otávio, o Nehuém e o Moura estiveram, o Martim também, o Wendell chegou atrasado, fez duas/três unidades de treino. Deu tempo para trabalhar e assimilar, eles deram boa resposta durante a semana, são jogadores com qualidade. O Nehuén rapidamente vai estar às portas da seleção, o Moura rapidamente chegará lá também, o João Mário é internacional, o Otávio está a percorrer um caminho de maturação, de construir algo que tem de ficar mais enraizado e isso vai com o tempo e eles dão-me condições de decidir, seja qual for a linha defensiva.»