Desfile de pesos pesados no Dragão
A FIGURA: Pepê
Afastado do onze do FC Porto por demasiado tempo, Pepê vai recuperando o seu espaço nas principais escolhas portistas e a influência reconhecida no jogo da equipa. Clarividente, refinado, o brasileiro joga a ritmo elevado e sobressai nos períodos em que os companheiros de equipa demonstram pouca variabilidade nas opções que tomam. Pepê é diferente, imprevisível e como tal importante neste desenho de Sérgio Conceição. Poucos esperariam, por exemplo, que surgisse ao segundo poste para finalizar a passe de Evanilson, em cima do intervalo, desbloqueando o jogo frente ao Vizela.
O MOMENTO: o erro de Igor Julião (41m)
O Vizela ia levando a água ao seu moinho numa primeira parte em que o FC Porto apresentou um jogo pouco fluido, sem soluções para ultrapassar a muralha defensiva dos visitantes. Até que, ao minuto 41, Igor Julião cedeu à pressão de Galeno e tocou a bola para trás, colocando-a nos pés de Evanilson. O compatriota agradeceu, avançou na área e cruzou rasteiro para a finalização de Pepê. Estava feito o mais difícil para a equipa de Sérgio Conceição, ainda antes do intervalo.
OUTROS DESTAQUES:
Pepe: continua a apresentar uma forma física que faz corar de vergonha muitos jovens. Esteve em todo lado, com a habitual entrega ao jogo e qualidade no desarme. Tem formado uma dupla coesa com Iván Marcano, que resistiu a um cartão amarelo que o afastaria do clássico com o Sporting. Fábio Cardoso e David Carmo terão vida difícil para desfazer esta dupla.
Taremi: marcou o segundo golo em 2023, numa fase de pouco usual ineficácia ofensiva. Taremi trabalho bastante, como é seu apanágio, jogando desta vez nas costas de Evanilson, com liberdade para cair no flanco esquerdo e permitir as aproximações de Galeno à área. Pisou várias zonas do terreno, sempre com enorme critério, e teve o justo prémio pelo esforço já ao cair do pano, quando o tradicional assistente colocou a bola ao seu alcance, com um cruzamento da direita, para o 2-0.
Diogo Costa: travou as pontuais incursões ofensivas do Vizela, sobretudo na última meia-hora de jogo, afastando os temores portistas de um golo que mudaria o rumo do encontro. Seguro.
Ivanildo Fernandes: regressou ao onze do Vizela e foi a melhor unidade da formação orientada por Tulipa, acumulando cortes importantes ao longo do encontro. Insuficiente, ainda assim, para evitar o desaire no Estádio do Dragão.
