FC Porto-Sp. Braga, 2-1 (crónica)

André Cruz , Estádio do Dragão, Porto
6 out, 22:33

Dragão sem chama

O FC Porto esgotou a chama na aventura europeia com o Manchester United e passou no limite o teste com o Sporting de Braga. Triunfo por 2-1 no Dragão, num jogo em que se ouviram muitos assobios à equipa de Vítor Bruno e que confirmou uma ideia que já se arrastava: a máquina azul e branca não está oleada e tarda em convencer a bancada.

Vindo de um empate com sabor amargo a meio da semana, o FC Porto teve pela frente uma equipa à procura de dar outra imagem face àquela que deixou em Atenas e que conseguiu ombrear-se em certos momentos. Faltou, quiçá, uns furos de qualidade individual para causar outra mossa na segunda parte e empatar.

FILME E FICHA DO JOGO

Samu ainda vinha com o ritmo de quinta-feira e teve um golo anulado logo nos minutos iniciais da partida, com uma desmarcação idêntica àquela que protagonizou no segundo golo diante do Manchester United. Porém, o embalo era tanto que, pelo meio, o espanhol abalroou João Ferreira e o lance foi anulado.

Seguiram-se minutos de muita indefinição e uma primeira parte enfadonha no Dragão, bem patente pelos assobios que, aqui e acolá, se foram ouvindo. Apesar de ser notoriamente a equipa mais perigosa, o FC Porto apresentou-se com um ritmo baixo, exceção feita às boas oportunidades de Nico González e Galeno, por volta dos 20 minutos.

O Sp. Braga também não foi capaz de melhor. Aliás, até à meia-hora de jogo, os minhotos limitaram-se a ficar organizados no seu meio-campo e praticamente não existiram ofensivamente. Na reta final da primeira parte, mostraram-se mais atrevidos, sobretudo pelos corredores, com Roger e Gabri Martínez a darem trabalho a Francisco Moura e João Mário – este último viu amarelo e já não voltou após o intervalo.

Uma primeira parte tão pouco entusiasmante só poderia ficar decidida com um rasgo de génio ou um erro crasso. Foi o que se passou com João Ferreira mesmo em cima do minuto 45, quando derrubou Galeno na área e abriu caminho ao golo do brasileiro, de penálti. Galeno que, atento ao que se passava na bancada, apelava ao fim dos assobios.

Embora sem fazer muito por isso, o FC Porto chegou a intervalo a vencer e obrigou o Sp. Braga a ser mais ousado no segundo tempo.

Os minhotos subiram linhas e não demoraram muito a causar estragos. Nem dez minutos estavam jogados até que um corte de Nehuén Pérez para a entrada da área convidou ao remate de Roger. O jovem extremo arsenalista não se fez de rogado, rematou de primeira e Diogo Costa nada pôde fazer, isto até porque a bola sofreu um desvio pelo caminho.

Se a reação minhota foi rápida, o que dizer da resposta dos dragões. Foram precisos apenas cinco minutos. O FC Porto já tinha apanhado o Sp. Braga em contrapé em lançamentos laterais em algumas ocasiões e contou com a ajuda rápida do apanha-bolas para passar novamente para a frente do marcador. O lançamento foi executado de forma muito rápida, seguiu-se a combinação entre Pepê e Nico González e o brasileiro rematou com raiva para bater Matheus.

O jogo mudou novamente de figurino e os dragões voltaram a estender a passadeira aos minhotos para estes adotarem uma postura mais centrada na baliza adversária. A perder apenas por um golo, o Sp.  Braga assumiu a iniciativa - sobretudo pela entrada de Bruma que revigorou o corredor esquerdo - e ficou a dever a si próprio outro resultado.

Quem discordou por completo desta postura foi o tribunal do Dragão, que fez-se ouvir novamente com coros de assobios. Embora ruidosos, não abalaram a equipa que, apesar do pouco brilho, segurou a vantagem antes da pausa para as seleções.

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