Filipe Martins: «É Natal quando um homem quer, mas no futebol não é assim»

Vítor Maia , Estádio Municipal de Famalicão, Vila Nova de Famalicão
13 mar 2023, 23:00
Filipe Martins no Casa Pia-Paços de Ferreira (António Cotrim/Lusa)

O treinador do Casa Pia mostrou-se muito crítico para com os seus jogadores depois da derrota em Vila Nova de Famalicão (1-0)

Filipe Martins, treinador do Casa Pia, em declarações na sala de imprensa do Municipal de Famalicão, após a derrota por 1-0 frente aos famalicenses, no jogo que encerrou a 24.ª jornada da Liga:

«Há meia parte distinta. Na segunda metade da primeira parte, a equipa baixou os níveis de agressividade e de intensidade, o que permitiu ao adversário construir de forma mais confortável e chegar da forma que quis aos corredores, cruzar com facilidade. E depois, não poderíamos esperar outra coisa.

No lance do golo interpretámos mal. Era o terceiro passe em diagonal que o Famalicão fazia, mas nunca lemos a trajetória da bola nem percebemos o movimento corporal do portador da bola. Foi nessa segunda metade da primeira parte que surgiu o golo e o hipotético penálti, numa situação na qual não fomos agressivos o suficiente no corredor lateral.

Ao intervalo tivemos novamente de apelar ao sentimento de reação. Quando uma equipa começa a viver muito da reação, algo não está bem. Já disse aos jogadores que revelámos pouca ambição na forma como encarámos essa segunda metade da primeira parte. Entrámos bem, mas depois baixámos a intensidade e o Famalicão passou a sentir-se confortável. O resultado ao intervalo era justo por culpa própria.

Mais uma vez tentámos, mas desta vez... Não digo sorte, porque a sorte procura-se. Na semana passada fomos para o intervalo a perder e demos a volta. Mas isto não é Natal todos os dias. É Natal quando um homem quer, mas no futebol não é bem asim. Vamos sem pontos por culpa própria e por falta de ambição naquela metade da primeira parte.»

[Assegurada a manutenção, o esafio é motivar os jogadores para os jogos que faltam?]:

«Esse tem de ser o desafio. É esse o apelo que tenho vindo a fazer. Não temos obrigação nenhuma... todos percebem que não temos as mesmas condições dos outros, mas isso não serve de desculpa. Estamos numa fase de transformação do clube a nível de infraestruturas e do patamar competitivo. Mas já demonstrámos que somos capazes e neste momento, com a segurança da manutenção, temos de dar outro passo. Temos de criar esta mentalidade competitiva e jogarmos os dez jogos que faltam como finais. A equipa tem de se transcender para ficar o mais acima possível e não acabar com o sentimento de achar que podia ter feito mais e não fez. Nem sempre a bola quer entrar. Hoje não quis, mas também não quisemos metè-la na baliza do Famalicão durante 20 minutos.»

 

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