FC Porto-Famalicão, 4-1 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Dragão, Porto
15 jan 2023, 22:30

Atropelamento e fuga na aproximação ao líder

O futebol dá sempre novas oportunidades seja vários anos depois, no ano seguinte ou no jogo a seguir. Depois do empate no Jamor, o FC Porto goleou o Famalicão por 4-1 e recuperou o terreno perdido para o Benfica na jornada anterior.

A missão de encurtar a distância para a liderança foi cumprida com distinção. O campeão nacional faz-se valer do Dragão, anfiteatro do terror para quem o visita. São 19 golos marcados pelos portistas e dois sofridos nos últimos cinco jogos em casa.

O FC Porto não precisa de muito para marcar. Ainda alguns adeptos procuraram o seu lugar na bancada quando Uribe testou a atenção de Luiz Júnior. Poucos depois, aos sete minutos, o guarda-redes do brasileiro impediu o golo de Toni Martínez – titular no lugar de Veron.

Os minhotos, que viviam o melhor momento da época, ainda ameaçaram a surpresa, mas o remate de Colombatto, na área, saiu por cima. A equipa de João Pedro Sousa precisava de ser letal para levar pontos do Dragão.

Não marcou, sofreu pouco depois numa jogada imaginada e executada por Otávio. Toni Martínez serviu, depois, Galeno de bandeja para o 1-0. O jogo estava, aos dez minutos, desbloqueado. Iván Jaime ainda tentou liderar a revolta famalicense, mas o 2-0 de Galeno, na recarga a um remate de Uribe, foi um golpe demasiado duro.

A verdade é que o Famalicão decidiu morrer agarrado às suas ideias e continuou a ter bola, a jogar e a tentar chegar com critério à baliza de Diogo Costa. Numa dessas ocasiões, Assunção e Pablo atrapalharam-se e deixaram via aberta para o contra-ataque portista finalizado por Otávio depois de assistência de Galeno.

3-0 em cima do intervalo.

O Famalicão teve o mérito de não desistir do jogo e nem o golo de Taremi a abrir a segunda parte – belo golpe de cabeça – o fez atirar a toalha ao chão. Por isso, foi premiado com o golo que acabou por ser o de honra, ao minuto 52 numa boa jogada entre Iván Jaime e Francisco Moura. O 4-1, anotado por Rui Fonte, atenuava o marcador, demasiado pesado até esse momento para os minhotos.

Uma obra-prima apagada

Pouco depois de sofrer o 4-1, o FC Porto chegou ao quinto golo numa obra-prima de Mehdi Taremi. O iraniano fez um chapéu sensacional a Luiz Júnior, só ao alcance dos predestinados. Porém, o VAR descortinou um braço do avançado portista aquando da receção e o lance não contou. Na resposta, o Famalicão marcou, mas o cabeceamento de Pablo não valeu por fora de jogo.

O quarto de hora final foi uma barrigada de oportunidades desperdiçadas. Galeno foi o expoente máximo do desacerto portista: primeiro escorregou na cara de Luiz Júnior e no lance imediatamente seguinte, atirou ao lado com a baliza aberta (!). Eustáquio e Taremi também se juntaram à festa com duas finalizações na área fora do alvo.

Atropelamento e fuga na aproximação ao topo.

 

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