Estrela-Boavista, 2-2 (crónica)

Tomás Brito , Estádio José Gomes
16 set, 22:25

Estrela não brilha o suficiente e ainda procura a receita das vitórias

Com o objetivo de somar a primeira vitória no campeonato, o Estrela entrou em campo com apenas um objetivo em mente: os três pontos.

No entanto, apesar de uma entrada com o pé direito, a equipa de Filipe Martins acabou por pisar no chão falso e sofreu ainda antes da meia hora. Lançamento lateral para o Boavista, bola a sobrevoar na área, defesa do Estrela a dormir e Onyemaechi aproveita para fazer o primeiro. Silêncio na Reboleira.

Mas tricolores tinham uma carta na manga: Nani. E que carta! O 112 vezes internacional português, vencedor de um Euro e de uma Liga dos Campeões, não podia deixar fugir estes três pontos e mostrou toda a sua perícia ao Estádio José Gomes. Aos 34 minutos e com o pé direito, Nani marcou o primeiro golo na prova, com um remate fora de área sem hipótese para Tomé Sousa.

O FILME DO JOGO

O que parecia ser um jogo que tomava uma direção agradável e com poderio da equipa da casa, acabou por se tornar, de novo, num pesadelo. Mesmo ao cair da primeira parte, o Boavista beneficia de um livre, coloca a bola na área e Bruno Brígido agarra. Até aí tudo parecia normal, mas o guarda-redes deu um passo em falso e acabou por largar a bola num choque com um colega de equipa. Na sequência, o esférico cai como por magia nos pés de Vukotic. Com a baliza completamente escancarada, o jogador dos axadrezados fez o 2-1.

As equipas foram para intervalo, Filipe Martins fez mexidas e acabou por correr bem! O minuto era o 68, quando Kikas consegue empatar a partida e alegrar a noite dos amadorenses. Corte incompleto de Onyemaechi e o avançado português só teve de rematar para golo.

Minuto 71 e mostram-se dois números na placa do árbitro assistente: 17 e 97! Dois ex-Sporting que agora pisam outros palcos e dão cartas no Estrela. Sai Nani, imensamente aplaudido e ovacionado, entra Jovane Cabral, na estreia com a camisola dos tricolores.

O jogo rola, o relógio vai andando e os nervos aumentam. Onyemaechi, numa noite em que esteve nos dois polos - marcou o primeiro para o Boavista e esteve mal no segundo do Estrela, quase borrava ainda mais a pintura, depois de parar um contra ataque adversário em falta. Tiago Martins rapidamente mostrou o cartão vermelho, mas depois de ir ao VAR e rever as imagens acabou por admoestar apenas o amarelo. Respirou fundo o defesa nigeriano.

Numa noite de céu limpo e lua (quase) cheia, o Estrela foi mesmo quem procurou mais a vitória. Maior percentagem de posse de bola (63/37) e o mesmo relativamente às tentativas de golo. Um público irrequieto e com sede de vitórias foi levando o Estrela no bom caminho, mas acabou por não transportar essa destreza para o campo. Apesar de muitas tentativas, a bola não entrou e Tiago Martins apitou para o fim.

O Estrela continua sem vencer, está em 17.º lugar e com apenas dois pontos. O Boavista veio a Lisboa pontuar, subiu à 13.ª posição, e soma cinco pontos.

A figura: Tomé Sousa, o jovem guardião

Pode não ter feito a melhor exibição da carreira como sénior (no fundo... foi a única), mas evitou que o Boavista voltasse para casa sem pontos. Mesmo com dois golos sofridos, o jovem de 17 anos e nove meses (!) protegeu as redes e fez o respetivo trabalho, num dia em que se torna o guarda-redes mais jovem de sempre a titular na Liga. Durante o jogo levou um cartão amarelo, por perder tempo, e irritou deveras os adeptos da casa. Noite para recordar para o jovem Tomé, que substitui dois colegas lesionados.

O momento: o golaço de Nani que levantou as bancadas do Estádio José Gomes

Já são 37 anos, uma Liga dos Campeões, um Europeu, quatros ligas inglesas e vários títulos em grande ligas, mas Nani ainda não perdeu a qualidade que sempre o caracterizou. O minuto era o 34 quando o internacional português agarrou a bola e fora de área, com o pé direito, fez o primeiro do Estrela e empatou o encontro. Que qualidade numa segunda-feira à noite, na Reboleira.

Negativo: as ações defensivas do Estrela da Amadora nas bolas paradas

Nos dois golos, a bola surgiu de uma bola parada - um lançamento e depois um livre. Nos dois golos, a defesa do Estrela encontrou-se a dormir. Espaços mal ocupados e marcações pouco cerradas. Filipe Martins tem trabalho para fazer.

 

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