Estoril-Sp. Braga, 0-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio António Coimbra da Mota
18 abr 2022, 22:30

Um nulo que não deixa ninguém a sorrir

Estoril e Sp. Braga desperdiçaram a oportunidade de solidificar os respetivos objetivos com um animado empate no António Coimbra da Mota. Os canarinhos tinham a possibilidade de apanhar o elevador até ao sétimo lugar, enquanto os minhotos podiam ficar a apenas um ponto de garantir o quarto lugar, mas com este empate ninguém saiu a sorrir. A equipa de Carlos Carvalhal entrou mais forte, tanto na primeira como na segunda parte, mas os comandados de Bruno Pinheiro acabaram por oferecer boa réplica e até tiveram as melhores oportunidades do jogo.

O Sp. Braga entrou forte no jogo, subindo as suas linhas em bloco e instalando-se no meio-campo do Estoril que, nos primeiros instantes do jogo, sentiu tremendas dificuldades para sair a jogar, face à pressão alta dos minhotos, além do vento contrário que soprou forte na Amoreira. No entanto, depois de susterem as primeiras investidas do adversário, os canarinhos foram-se soltando e começaram a explorar o muito espaço que a equipa de Carlos Carvalhal deixava nas suas costas.

Arthur Gomes deu o exemplo, num lance individual, sobre a direita, deixando dois adversários pelo caminho, antes de rematar junto ao primeiro poste para defesa de Matheus. O Sp.  Braga procurava manter o controlo do jogo, com uma elevada posse de bola, mas já não conseguia conter a resposta do Estoril, que agora já conseguia sair em transições rápidas, quase sempre pela direita, onde morava o velocista Mboula. Numa dessas transições, o espanhol cruzou rasteiro, Rosier fez uma simulação e deixou a bola passar por entre as pernas para o remate de Leonardo Ruiz, à queima-roupa, para uma defesa por instinto de Matheus.

Um lance que fez o Braga perder a concentração, permitindo uma série de oportunidades aos canarinhos nos momentos que se seguiram. As bancadas animaram-se e o jogo virou por completo, agora com os minhotos em dificuldades em conter as investidas da equipa da casa ao ponto de deixar Carlos Carvalhal extremamente irritado junto à linha lateral. Já perto do intervalo, o Estoril voltou a estar perto do golo, na sequência de um grande passe de André Franco que colocou a bola nas costas da defesa do Braga, solicitando a entrada de Arthur que acabou por chocar com Matheus. A bola seguiu, incólume, devagarinho, mas passou ao lado do poste.

Até ao intervalo, o Sp. Braga conseguiu criar perigo através de lances de bola parada, com destaque para um pontapé de canto de Ricardo Horta, com Al Musrati, vindo de trás, a cabecear a centímetros da trave. Terminava assim a primeira parte que acabou por ser equilibrada face ao crescimento notório dos canarinhos.

Vira o disco e toca o mesmo

No entanto, o Sp. Braga voltou a entrar mais forte no segundo tempo, outra vez com a equipa subida a colocar dificuldades ao Estoril. Logo a abrir, Tormena deixou o eixo para subir pela direita, foi por ali fora e cruzou para o segundo poste, onde, Francisco Moura, com tudo para fazer golo, atirou às malhas laterais. Uma entrada com um ritmo forte, mas que foi perdendo força e o Estoril voltou a reequilibrar, com André Franco, com um remate à meia volta, a colocar novamente Matheus à prova.

O Sp. Braga acabou por acusar o esforço europeu, com o jogo em Glasgow a meio da semana, e Carlos Carvalhal acabou por fazer quatro alterações forçadas, com Yan Couto, Miguel Falé e André Horta a saírem, sucessivamente, com problemas físicos. Saídas que abriram espaço para as entradas de Fabiano, Gorby e para o estreante Kobadelo Kodisang, um médio sul-africano que tem evoluído na equipa B. Bruno Pinheiro também foi mexendo peças, sem alterar a estrutura, mas com Rui Fonte a encaixar bem na dinâmica que os canarinhos tentavam implementar.

Assimiladas as alterações, o jogo ainda voltou a animar, com oportunidades nas duas balizas, com um mais remate de Al Musrati e outro de André Franco a rasar o poste. Já no último suspiro do jogo, aos cinco minutos de compensação, David salvou o Estoril, com um corte determinante sobre a linha fatal, na sequência de uma cabeçada de David Carmo. O nulo manteve-se intato até final e ninguém saiu a sorrir.

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