Estoril-AVS, 0-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio António Coimbra da Mota
9 nov, 17:34

Bocejo interminável

Jogo impróprio para quem gosta de futebol. Os dois treinadores tinham falado em ambição, mas ficaram longe de cumprir. Ian Cathro anunciou, inclusive, um «Estoril novo», enquanto Vítor Campelos falou na determinação em alcançar a primeira vitória fora de portas, mas a verdade, é que as duas equipas não quiseram perder e fizeram muito pouco para tentar ganhar. Um sólido nulo que traduz bem a justiça no marcador, mas não revela o logro para quem esperava assistir a um bom jogo neste sábado soalheiro na Amoreira.

Subiram ao relvado duas equipas com percursos semelhantes na Liga, com os mesmos nove pontos, e determinadas em marcar uma posição. Duas vontades antagónicas que anteviam um choque empolgante, mas foi precisamente o contrário que aconteceu. As duas equipas entraram em campo focadas, em primeiro lugar, em não cometer erros, e só depois em provocar desequilíbrios no lado contrário. Em resumo, assistimos a um jogo feio, mesmo entediante, a levar ao bocejo.

Confira o FILME DO JOGO

Um jogo que começou com um ritmo extremamente baixo, com as duas equipas bem posicionadas, na perspetiva defensiva, mas a atacar a profundidade com poucos elementos. Entrou melhor o Estoril a conseguir chegar facilmente à linha de fundo por Fabrício e João Carvalho. Alejandro Marqués até teve uma boa oportunidade, logo a abrir o jogo, entrando na área, mas acabou por perder o angulo de remate quando tentou contornar Ochoa.

O AVS sofreu uma primeira contrariedade no jogo, quando Devenish saiu lesionado, logo aos 9 minutos, mas acabou por crescer no jogo. O Estoril ainda arrancou três pontapés de canto consecutivos, mas depois teve de recuar em toda a linha, quando os visitantes começaram a responder, com transições rápidas, com Tunde e Vasco Lopes a abrirem caminho pelos corredores. Rodrigo Ribeiro teve uma dupla oportunidade flagrante, na sequência de um cruzamento de Tunde, mas rematou à figura de Robles e, na recarga, atirou ao lado.

Era o melhor período do AVS que aproveitava a subida do Estoril para explorar o muito espaço que os canarinhos deixavam nas suas costas. Rodrigo Ribeiro voltou a aparecer destacado na área, mas voltou a não conseguir ultrapassar Robles, num lance em que acabou por ser assinalada a posição irregular do avançado. O AVS chegou mesmo a festejar um golo, numa carambola de Piazon [seria autogolo de Boma], mas o golo acabou por ser anulado, uma vez que o brasileiro estava adiantado.

Antes do intervalo, viveram-se momentos de apreensão no relvado, quando Kiki caiu inanimado no relvado, depois de um choque com Fabrício. O lateral acabou por recuperar a consciência, foi imobilizado no relvado e saiu de maca, sob aplausos de todo estádio, numa bonita reação de fair-play.

A Segunda parte não podia ser melhor, portanto as expetativas eram boas para o segundo tempo, mas a verdade é que não melhorou. Os papéis inverteram-se e, desta vez, foi o AVS que entrou melhor, com um futebol mais simples, numa altura em que o Estoril parecia perdido em campo. Ian Cathro recuperou o equilíbrio com as entradas de Hélder Costa e Pedro Carvalho, mas o jogo não melhorou, longe disso.

Ochoa ainda aproveitou um livre de Holsgrove para brilhar entre os postes, proporcionando um momento de satisfação aos seis mexicanos que se equiparam a preceito, com camisolas e bandeiras do México, para o irem apoiar.

Já perto do final do jogo, o AVS voltou a festejar um golo, na sequência de um desvio de Jorge Teixeira, mas o central estava claramente adiantado e não valeu.

Um ponto para cada lado parece ser um prémio demasiado generoso para o espetáculo que as duas equipas proporcionaram esta tarde. Faltou ambição e, acima de tudo, qualidade sobre o relvado.

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