Benfica-Santa Clara, 2-1 (crónica)

Nuno Travassos , Estádio da Luz, em Lisboa
12 fev 2022, 20:04

Darwin, o anticiclone que aquece o ambiente na Luz

Darwin, uma vez mais.

O anticiclone que aquece o ambiente na Luz.

O uruguaio voltou a bisar e foi a figura do triunfo do Benfica sobre o Santa Clara (2-1).

A equipa de Nélson Veríssimo foi para o intervalo a ouvir assobios, dada a desvantagem no marcador, mas já na etapa complementar conseguiu virar o jogo em apenas dois minutos.

Os golos de Darwin disfarçam os problemas e permitem tirar proveito do Clássico. A distância ainda é significativa, é certo, mas o Benfica ganhou dois pontos a FC Porto e Sporting. Nada mau nos tempos que correm.

Embora cedo tenha caído na tendência para abusar do jogo exterior, o Benfica até nem entrou mal no jogo, puxado sobretudo pela ala esquerda, formada por Grimaldo e Everton.

A construção rudimentar das jogadas de ataque é que não permitia grandes situações de finalização, mas quando Rafa teve espaço para deixar Darwin na cara de Marco, o uruguaio ao lado (17m).

O Benfica só conseguia desequilibrar o Santa Clara nos momentos em que recuperava a bola logo à saída da área açoriana, e foi assim que Vertonghen apareceu na área a rematar ao poste, de pé direito (19m).

Bem mais pragmático, o Santa Clara começou por despertar Vlachodimos com duas iniciativas modestas de Rui Costa, mas à terceira marcou mesmo. O árbitro assistente ainda indicou fora de jogo de Rui Costa, que rematou para defesa de Vlachodimos, mas o VAR validou o efeito da recarga de Mohebi (21m).

Efeito Mikel

O golo do Santa Clara reavivou as inseguranças do Benfica, mas sobretudo algumas carências crónicas em ataque organizado, até porque a equipa visitante cerrou ainda mais o bloco defensivo. Nélson Veríssimo voltou a juntar Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos como médios interiores, à frente de Weigl, mas a equipa da casa quase nunca conseguia entrar por dentro.

Otamendi ainda procurou liderar a reação, na sequência de um livre, mas o desvio saiu por cima. O Santa Clara esteve mais perto de aumentar a vantagem, através de um cabeceamento de Boateng, para além de dois lances infelizes de Weigl à beira do descanso.

Nélson Veríssimo optou por não mexer na equipa ao intervalo, mas ao minuto 58 lançou Taarabt e Yaremchuk. Estes dois jogadores tiveram influência clara na reviravolta benfiquista, mas foi um erro de Mikel Villanueva que começou a virar o jogo. De forma aparentemente involuntária, mas indiscutível, o central venezuelano cometeu penálti sobre Rafa e permitiu que Darwin Núnez empatasse o jogo da marca de onze metros.

Apenas dois minutos depois o uruguaio bisou e colocou o Benfica em vantagem, aproveitando um cruzamento de Yarenmchuk.

A entrada do ucraniano e de Taarabt acabou por alargar a frente de ataque do Benfica, puxando Rafa para o jogo. Foi assim que nasceu o lance do segundo golo, de resto.

Embora o desfecho do jogo tenha ficado em aberto até ao fim, o Santa Clara revelou dificuldades para reagir à reviravolta do Benfica, até porque a lesão de Mohebi tirou Ricardinho do centro do jogo e Rui Costa também acabou por acusar o desgaste.

O Benfica acumulou algumas ocasiões para chegar ao terceiro golo, mas acabou por não o conseguir, muito pela ineficácia de Gonçalo Ramos.

Relacionados

Benfica

Mais Benfica

Mais Lidas

Patrocinados