Empate no duelo aéreo com acrobacia em Rio Maior
O duelo aéreo em Rio Maior, entre os gansos do Casa Pia, o atual inquilino no Ribatejo, e o AVS, o anterior, resultou num empate que só pode satisfazer as duas partes. A equipa de Pina Manique foi superior na primeira parte e chegou à vantagem com um golo espetacular de João Goulart, mas os visitantes acabaram por crescer na segunda parte e empataram num penálti convertido por Gustavo Assunção.
Numa noite de muito frio em Rio Maior, daquelas mesmo de bater o dente, as duas equipas entraram com uma boa dinâmica, com uma grande entrega ao jogo, com sistemas táticos em espelho (3x4x3), mas com dinâmicas bem diferentes, com o Casa Pia a atacar com uma frente mais alargada e um AVS a mostrar-se muito dependente das movimentações de John Mercado. Duas equipas bem abertas sobre o relvado, a procurarem imprimir velocidade, mas com dificuldades em chegar ao último terço.
O Casa Pia foi o primeiro a gerar uma situação de perigo, no primeiro pontapé de canto que conquistou, com o cruzamento de Leonardo Lelo, da direita, a proporcionar uma cabeçada potente a Ruben Kluivert para uma grande defesa de Simão junto à barra. Não foi à primeira, foi à segunda, agora do lado contrário, num canto da esquerda, com Kluivert a devolver para o primeiro poste de cabeça e João Goulart a marcar, de forma espetacular, com um pontapé de bicicleta.
O AVS procurou reagir rápido ao golo, com bolas longas à procura de Zé Luís, o avançado cabo-verdiano que agora joga com o nome de Djeras nas costas, ao que tudo indica, por uma questão de fé. A verdade é que os gansos, muito bem organizados em termos defensivos, tinham todos os caminhos para a área de Sequeira fechados e o AVS sentiu tremendas dificuldades em chegar à frente. O Casa Pia, por seu lado, retraiu-se e procurou explorar as transições rápidas e foi assim que Livolant esteve muito perto de fazer um segundo golo para a equipa da casa, em boa posição, mas não acertou bem na bola.
O Casa Pia cedeu a bola ao adversário depois de chegar a vantagem, mas a verdade é que teve sempre o jogo controlado até ao intervalo que chegou a voar, com o Casa Pia com três oportunidades claras, incluindo o golo, e o AVS sem um único remate à baliza de Sequeira.
A segunda parte foi bem diferente, até porque o AVS entrou bem mais subido no campo, conseguindo, em dois tempos, os primeiros remates do jogo, ambos com a assinatura de Lucas Piazón. O Casa Pia bem tentava sair do sufoco, mas perdia rapidamente a bola e voltava a recuar para a defesa da sua área. O AVS, completamente transfigurado, pressionava alto e asfixiava o adversário.
Foi neste momento, com o AVS cada vez mais subido, que Rafael Brito derrubou Gonçalo Assunção, de forma inadvertida, dentro da área. Bruno Costa apontou de imediato para a marca dos onze metros e o próprio Gustavo Assunção, com classe, converteu o castigo máximo no empate.
O Casa Pia reagiu rápido e, depois das sucessivas alterações de João Pereira, acabou por equilibrar a contenda. Já na ponta final do jogo, Leonardo Lelo teve uma oportunidade para recuperar a vantagem para o Casa Pia, mas o AVS também podia ter chegado à reviravolta num remate de Svensson a fechar o jogo.
O Casa Pia segue, assim, com uma vantagem de três pontos sobre o AVS que acaba de conquistar o primeiro ponto na Liga sob o comando de Daniel Ramos.
A FIGURA: Gustavo Assunção, rolo compressor
Depois de uma primeira parte para esquecer, o AVS foi subindo no campo, sob a batuta de Gustavo Assunção, obrigando o Casa Pia a recuar em toda a linha. O brasileiro foi empurrando a equipa sempre para cima e acabou por arrancar uma falta já no interior da área, num penálti que ele próprio converteu no empate, com classe, com um remate rasteiro e colocado que deixou Sequeira pregado ao relvado. Saiu esgotado já perto do final do jogo.
O MOMENTO: João GoulART, de bicicleta!
É o grande momento do jogo, até porque foi proporcionado por um central. Foi ao minuto 12, na sequência de um pontapé de canto da esquerda para o segundo poste, onde Kluivert, de cabeça, devolveu para o primeiro onde surgiu o central formado no Sporting a marcar com um pontapé acrobático. Um golo muito festejado por toda a equipa, até porque foi o primeiro de Goulart no primeiro escalão.
POSITIVO/NEGATIVO: Leonardo Lelo, nas bolas paradas
O lateral do Casa Pia foi um dos elementos mais ativos no jogo, não só pelas descidas alucinantes pelo corredor, mas, sobretudo, pelos lances de bola parada. Foi Lelo que marcou o pontapé de canto que proporcionou a primeira oportunidade do jogo, numa cabeçada de Rúben Kluivert, depois marcou também o canto que proporcionou o espetacular golo de João Goulart. Mesmo a fechar o jogo, o lateral teve uma oportunidade clara para recuperar a vantagem para os gansos, mas rematou à figura de Simão.