Carvalhal: «Em 2028 o Sp. Braga vai ter condições para lutar pelo título»

27 mai 2021, 21:48
Carlos Carvalhal

Treinador defende que a centralização dos direitos televisivos vai encurtar a diferença para os «grandes»

Carlos Carvalhal considera que o Sp. Braga vai ter «mais que condições para lutar pelo título» de campeão depois de concluído o processo da centralização dos direitos televisivos em 2028.

Em entrevista à NEXT, televisão do Sp. Braga, o técnico que conquistou no domingo a terceira Taça de Portugal da história do clube, batendo o Benfica por 2-0, assumiu «descodificar» as palavras do presidente, António Salvador, quando referiu que o Sp. Braga será candidato ao título quando tiver 50 por cento das receitas dos três grandes e 20 mil pessoas nos jogos em casa.

«Em 2028 haverá centralização dos direitos televisivos e o dinheiro será distribuído de forma mais equitativa. O Sp. Braga, nessa altura, vai ter mais capacidade financeira e de recrutamento e não vai ter tanta necessidade de vender os seus ativos. Aí, quando vier a massa e a capacidade de investimento, e se chegar lá num patamar ainda mais acima do que está hoje, o Sp. Braga vai ter mais do que condições para lutar pelo título. Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas», afirmou.

Perspetivando a nova época, Carlos Carvalhal disse ter a expectativa de «fazer uma equipa equilibrada outra vez» porque, pela necessidade do «equilíbrio financeiro», «vai haver saídas, há sempre, e entradas também».

«A equipa perde os seus melhores jogadores, sem dúvida, adquire-se novos e, este ano [2021/22] vamos ter que fazer algum investimento, ao contrário do ano passado, se calhar 50 por cento da venda de um jogador vai permitir reforçar a equipa e fazer este crescimento sustentado», disse.

O treinador corroborou ainda o apelo de ter mais adeptos a apoiar a equipa no Estádio Municipal de Braga. «Acredito que vai haver um boom de pessoas, de empresas que se vão ligar ao clube. Pode haver mais apoio institucional, das empresas, das pessoas, isso é possível, há margem de crescimento. Não é só a equipa que tem que crescer, também posso devolver as críticas, se temos que lutar pelo título, vamos trazer mais adeptos e mais empresas ao estádio, isto tem que encher e eu acredito que isso vai acontecer no Sp. Braga», disse.

Num balanço à temporada que terminou há poucos dias, o treinador considerou que «foi uma das mais completas épocas do Sp. Braga em cem anos de história», destacando o percurso na Taça de Portugal, que conquistou, na Taça da Liga, da qual foi finalista, e na Liga Europa, ao passar a fase de grupos e ser eliminado por uma equipa que foi semifinalista, a Roma.

«No campeonato, conseguimos os mínimos, mas dentro destes, segundo a generalidade dos meus colegas treinadores e quase todos os críticos, praticámos o melhor futebol de Portugal, foi quase unânime. Ninguém jogou com a densidade que nós jogámos na Europa e as pessoas não fazem noção nenhuma do que isso é. Somando tudo, se não é a melhor época de sempre do Sp. Braga, é uma das melhores no seu todo», reforçou.

Carlos Carvalhal admitiu que as derrotas caseiras com o Benfica (2-0) e Sporting (1-0) foram duas «alfinetadas» decisivas que esvaziaram o «balão» da ilusão de lutar pelo segundo ou o terceiro lugares e que, desde então, virou o foco da gestão do plantel para a final da Taça de Portugal.

Sobre as críticas de uma «franja» de adeptos pelo último terço do campeonato, o técnico deixou um recado: «Se calhar, mais valia estarem calados porque conseguimos ganhar a Taça de Portugal».

«Hoje em dia, a minoria é sempre mais ruidosa. Tens 80 por cento das pessoas do teu lado, a apoiar, e 20 por cento que, circunstancialmente, são críticas, e fazem barulho, porque são mais emocionais. O meu apelo é que os 80 por cento das pessoas que são mais racionais que se manifestem também, que deem a sua opinião nos momentos menos bons, que façam barulho e façam força pela positiva, e não deixem que a minoria dos adeptos mais emocional tome conta de formar uma opinião, porque isso pode levar a alguma perturbação e isso não é positivo para as equipas, traz desequilíbrios», disse ainda.

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