Boavista-Desp. Chaves, 1-1 (crónica)

Sérgio Pires , Estádio do Bessa, Porto
23 jan 2023, 22:26
Boavista-Desp. Chaves (ESTELA SILVA/LUSA)

Xadrez antes da meta vale despiste na última curva

Dar às chaves, acelerar prego a fundo e fechar a primeira volta com uma ultrapassagem. Podia ser este o filme da corrida do Boavista no derradeiro jogo da 17.ª jornada. Porém, a bandeira de xadrez só se agita em cima da meta, sob o risco de uma travagem a fundo provocar um pequeno acidente.

Não se sabe se por desgaste de pneus ou falta de gasolina, mas hoje o Boavista desligou antes do final e pagou por isso.   

Um golo de Jô aos 88m estragou o programa à equipa da casa e valeu o empate a uma bola ao Desp. Chaves, que passou mais de meio jogo a defender e arriscou só quando foi obrigado pelo relógio.

Nesta noite fria do Porto, com os termómetros a rondarem os cinco graus, o Boavista de Petit aqueceu bem cedo os motores e mostrou andamento desde os primeiros minutos de jogo.

O flanco direito carburou na perfeição e foi assim que surgiu o único golo antes do intervalo. Makouta lançou Malheiro, que cruzou rasteiro para Yusupha marcar. Um prémio muito merecido para a única equipa que jogou futebol na primeira parte: o Boavista teve nada menos do que 11 remates contra nenhum do Chaves, além de 9-1 em cantos. Uma diferença abissal, não tanto na posse de bola, que ficou num equilibrado 57%-43%.

Veio a segunda parte, e com o ainda Chaves ao ralenti, Campelos arriscou para a meia-hora final com uma tripla substituição. Luther Singh, João Mendes e Euller entraram em campo e os flavienses começaram a ganhar terreno. João Teixeira tentou em arco fazer um golaço a um quarto de hora do fim. Bracali segurou as pontas. Mas foi Jô, entrado aos 83m, que viria a fazer a diferença. E aí Bracali já nada pôde fazer quando o avançado brasileiro lhe apareceu à frente quase em cima dos 90m a disparar para o empate.

Castigo pesado para as panteras, que no contra-ataque – sobretudo por Gorré, que saiu do banco – desperdiçaram ocasiões de sobra para matar o jogo.

Os transmontanos fizeram-se valentes à medida que o jogo avançou e chegaram ao fim a dividirem a posse de bola (50%-50%) sem, contudo, fazerem esbater a grande diferença que já vinha de trás, nos remates (19-6) e até nos cantos (11-5).

Aquele golo de Jô na última curva acabou por furar as contas à equipa de Petit. Um despiste que abortou a tal ultrapassagem ao Chaves, que se mantém um ponto à frente, e deu um pequeno salto para a primeira metade da tabela.

A equipa de Trás-os-Montes sobe a 8.º e o Boavista chega ao 10.º, longe da cauda do pelotão.

Ainda assim, toda a cautela é pouca. A corrida ainda vai a meio.

Relacionados

Patrocinados