Sp. Braga-Benfica, 1-1 (crónica)

André Cruz , Estádio Municipal de Braga, Braga
17 mai, 20:08

Um (bi)campeonato servido de bandeja

Bruno Lage recusou entregar o título ao Sporting na antevisão à visita à Pedreira, mas a apatia era evidente. Esse estado de espírito transportou-se para a equipa e, essa sim, deu de bandeja o bicampeonato ao rival.

Tendo em conta o que se passou no dérbi e a classificação antes dos apitos iniciais, compreende-se que o maior desafio que a equipa da Luz teria pela frente seria combater o negativismo e maximizar as hipóteses de ser campeão. Missão falhada. Os encarnados tropeçaram com um empate a uma bola em casa do Sp. Braga e se Lage não quer fazer balanços, alguém no Benfica terá de os começar a fazer.

Desde logo, Rui Costa. Apesar dos investimentos sem paralelo em Portugal, o Benfica só conquistou um dos últimos seis campeonatos possíveis e o futuro do presidente dos encarnados poderá ter sido traçado esta tarde – veremos o que reserva a final da Taça.

Mas importa falar do Sporting de Braga, que também estava numa posição semelhante à do adversário desta tarde, embora na luta pelo terceiro lugar, e fez da última jornada uma verdadeira final.

FILME E FICHA DO JOGO

O Benfica até entrou por cima no Minho, a controlar as operações com bola e a investir em ações no corredor direito. Leandro Barreiro – hoje a fazer de Aursnes – e Pavlidis tiveram duas excelentes oportunidades logo no início, mas os encarnados foram-se abaixo ao primeiro contratempo.

Um pisão na área de Tomás Araújo a Ricardo Horta resultou no penálti que Zalazar converteu com sucesso e que foi um golpe demasiado duro para as hostes encarnadas. A partir daí, deixou de haver a circulação de bola fluída e passou-se a assistir a uma equipa precipitada e ansiosa, sem clarividência ofensiva. E, antes do intervalo, até foi o Sp. Braga, que já estava muito sereno na partida, a ficar à beira do golo.

Era imperativo, para o Benfica, ter uma reação na segunda parte. Lage pediu à equipa para subir, mas não se livrou de uns sustos com os espaços que foram dados nas costas da defesa. E a ansiedade continuava a apoderar-se dos jogadores.

Surgiu, então, o clique, que veio do banco. Um banco de luxo, diga-se. Colocar Belotti, Bruma e Di María no decorrer do jogo só está ao alcance de plantéis com certo grau de riqueza.

O argentino, que tinha sido um dos vilões no dérbi, desbloqueou a partida, com a preciosa ajuda do operário Vangelis Pavlidis. O grego tanto se fartou de trabalhar, que teve a sua recompensa perto da hora de jogo.

Pouco depois – é por isto que o futebol é imprevisível – o segundo amarelo a João Moutinho baralhou a dinâmica do jogo. Os bracarenses foram forçados a recuar para trás, Carvalhal teve de alterar as peças no miolo e apostar no equilíbrio. Por outro lado, o Benfica dotou-se de uma postura mais ofensiva, mas que, se espremermos bem o sumo todo, em pouco resultou.

A jogar contra dez, o Benfica lutou contra os seus próprios demónios e teve dificuldades para fazer o que competia – pelo menos, chegar ao 2-1. Os alertas que vinham de Alvalade, com o Sporting a conseguir desfazer o nulo e até dobrar a vantagem, não ajudaram. O Benfica até jogou de preto em Braga, mas esta exibição só pode fazer corar.

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