Boavista-Benfica, 0-3 (crónica)

André Cruz , Estádio do Bessa Séc. XXI
23 set, 22:15

Sem vestígios de Schmidt: olá, Benfica de Lage

Bruno Lage tem insistido que não existem jogadores dele nem de Roger Schmidt no Benfica, mas já se vê uma equipa mais ao estilo do agora técnico das águias, comparativamente àquela que se via com o alemão.

O Benfica venceu o Boavista no Bessa, por 3-0, sem qualquer contestação e, a juntar a isto, fez o que Lage tem pedido repetidamente: jogou futebol tricotado, dinâmico e ofensivo, ao invés de um «gegenpressing» desorientado.

Os encarnados foram donos e senhores do jogo perante uma equipa – e é preciso ressalvar este ponto, porque ainda há muita coisa a limar no Benfica para ambicionar o título – em claras dificuldades e a resistir como pôde.

Sem Bah, Tomás Araújo faz de lateral-direito

Ao contrário do que Lage tinha dado a entender, Bah não recuperou a tempo e o Benfica teve de mexer na lateral-direita. Issa Kaboré, que tinha sido o escolhido em Belgrado, ficou no banco e Tomás Araújo foi adaptado a lateral. Mas as mexidas não se ficaram por aqui. Lage reforçou o meio-campo com a entrada de Aursnes e tirou Rollheiser do onze.

O Boavista começou por ter a primeira oportunidade de golo da partida, isto na sequência de um contra-ataque lançado após um pontapé de canto dos encarnados. Para alívio dos comandados do Lage, o remate de Salvador Agra foi muito torto.

A partir daí, só deu Benfica. Futebol rendilhado, poucos toques, jogo fluído… via-se alegria em campo. Que contraste com a equipa que apareceu tanto em Famalicão como em Moreira de Cónegos, as duas deslocações anteriores para o campeonato, onde o Benfica não venceu.

O golo dos encarnados era uma questão de tempo e ainda nem um quarto de hora estava cumprido quando apareceu. Aktürkoğlu voltou a demonstrar que é reforço e, num lance individual, entregou o golo a Pavlidis. O grego, que até aqui só tinha um golo em seis jogos oficiais, voltou a faturar depois da seca de quatro jogos, e só foi preciso um ligeiro toque na pequena área.

Deu, então, para o Benfica poder respirar ainda mais com bola e ser calculista nos momentos de atacar – a defender estava irrepreensível com recuperações rápidas da bola.

Por volta da meia-hora, Kökcü confirmou o bom momento de forma e, com um golpe de fora da área, assinou o 2-0. O sorriso do turco, que se virou de imediato para a bancada visitante, denota o estado de espírito que reina na equipa encarnada, com ele a ser o principal exemplo disso mesmo.

FILME FICHA E VÍDEOS DO JOGO

O Benfica entrou na segunda parte com uma ocasião soberano de golo, mas a dupla intervenção de Tomé Sousa, o melhor do lado boavisteiro, evitou o terceiro golo dos encarnados, este na sequência de um canto.

A equipa de Bruno Lage ainda voltou a ameaçar o golo em cima da hora de jogo, mas o chapéu de Aktürkoğlu a Tomé saiu demasiado comprido.

O melhor que o Boavista conseguiu fazer foram rasgos de velocidade de Salvador Agra e Robert Bozeník, mas que não causaram muita mossa na defensiva encarnada.

Encarnados esses que geriram – talvez em demasia – na segunda parte. Lage colocou Barreiro, Prestianni e Amdouni em campo e o jogo arrastou-se até final. Contudo, logo a abrir os descontos, apareceu mais um golo para o Benfica. O autor? Arthur Cabral. Este Benfica está mesmo renovado e até o brasileiro pode ter ganho nova vida.

A somar a isto, fica a nota positiva para o Benfica de Lage, que pela primeira vez desde o seu regresso viu a equipa manter a baliza a zeros.

Aparentemente sem vestígios de Schmidt, eis o Benfica de Bruno Lage.

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