AVS sobrevive a três disparos: está num encontro indesejado com o play-off
Derrotado de forma pesada em casa pelo vizinho Moreirense (0-3), o AVS marca encontro com outro vizinho, o Vizela, no play-off de manutenção da Liga. Um encontro que quase que parece indesejado, dada a prestação avense na derradeira ronda do campeonato. Mesmo atingido por três disparos, o conjunto das Aves sai do jogo com vida.
A equipa de José Mota, recrutado para as duas últimas jornadas, não teve nervo nem fúria, não acusou a responsabilidade do jogo e acabou por perder por números que até nem condizem o diferencial patente entre as duas equipas no final de tarde deste sábado. Termia a época para o Moreirense, o AVS fica ligado à corrente por mais dois jogos.
À moda antiga, as emoções à flor do relvado na Vila das Aves eram conjugadas com ouvidos e olhos naquilo que se passava em Arouca, Faro e na Amoreira. Esse sentimento ditou muito da agitação que foi sendo gerida na no embate entre avenses e cónegos.
Ainda o jogo estava nos primeiros instantes já as bancadas festejavam os dois golos do Estoril sobre o Estrela da Amadora, que davam ao conjunto de José Mota a possibilidade de, caso fizesse a sua parte, poder carimbar a manutenção neste final de tarde.
Os resultados iam sendo favoráveis, rapidamente o AVS ficou a depender de si, mas a realidade é que foi apenas isso que controlou. Nas quatro linhas um tranquilo Moreirense foi claramente superior, dominou o jogo mesmo sem ter de acelerar muito e no espaço de sete minutos apontou dois golos.
A meio do primeiro tempo a equipa axadrezada tinha dois golos de vantagem perante um AVS inoperante, quase que perdido no terreno de jogo e sem capacidade de reagir mesmo sendo a única equipa com algo ainda em jogo. Um remate de Nené - lançado com a equipa em desvantagem – foi o máximo que os avenses ousaram.
AVS-Moreirense: as incidências AO MINUTO
Antes disso, já Alanzinho tinha aberto as hostilidades com um remate cruzado de fora da área, um grande golo, a não dar hipóteses a Ochoa. Pouco depois, num canto de laboratório, foi Cedric Teguia a atirar para o fundo das redes num lance em que fica patente a passividade defensiva da equipa da casa.
Mesmo chegando ao intervalo virtualmente despromovido, mas dependendo de si, os avenses continuaram a dar tiros nos pés. Jorquera ampliou a vantagem para um diferencial de três golos e Kiki Afonso foi expulso pouco depois, pondo de parte qualquer hipótese de reação.
Enquanto o Moreirense se entretinha, chegando a abanar as redes pela quarta vez, ainda que em fora de jogo, o AVS tinha o seu destino em Faro e naquilo que o Farense fosse capaz de fazer. Após cinco jornadas sem vencer, o Moreirense termina a temporada com um triunfo contundente, acabando a temporada no 10.º lugar.
Quase que sem querer, numa época muito pobre apenas com alguns fogachos, o AVS acaba por se ver num encontro para o qual parece que estava interessado. Um ano depois volta a disputar o play-off, desta feita de despromoção, marcando o tal encontro com o outro vizinho, o Vizela.
A FIGURA: Alanzinho
O estratega da equipa, o médio de características ofensivas teve muita bola, jogou, fez jogar e está nos dois golos da equipa de Moreira de Cónegos. Remate cruzado de fora da área, cheio de intenção num lance de inspiração individual, a bater Ochoa e a expressar a diferença entre as duas equipas. Faz a assistência no pontapé de canto que dá o segundo golo.
O MOMENTO: segundo golo do Moreirense (25’)
Um lance que espelha a diferença de realidades. Lance de laboratório desenvolvido com tranquilidade perante uma postura defensiva sem ponta por onde se lhe pegue do AVS. Passe de Alanzinho para a zona do penálti, Ivo Rodrigues ainda desvia ao ameaçar o remate e é Teguia a disparar para o segundo. Praticamente sentenciou a partida.
NEGATIVO: AVS sem chama
A jogar em casa, dependendo de si para assegurar o play-off e, desde cedo, tendo a possibilidade de garantir a permanência, o AVS foi uma equipa desgarrada e sem o nervo que a situação exigia. Nas bancadas o cenário foi o mesmo, apesar de bem composta para o que tem sido a realidade avense, a casa esteve longe de uma enchente.