Arouca-Boavista, 4-1 (crónica)

Simão Duarte , Estádio Municipal de Arouca
17 mai, 20:20

A queda de um histórico: Arouca vence o Boavista e axadrezados caem para a II Liga

Durante toda a época, e desafiando todas as expetativas, o Boavista sobreviveu até à última jornada e tinha a possibilidade de conquistar o lugar de play-off. Contudo, com a vitória do Arouca por 4-1, confirmou-se a descida dos axadrezados à II Liga.

Em relação às escolhas iniciais, Vasco Seabra promoveu os regressos de Fontán, Fukui e Trezza para os lugares de Popovic, Sylla e Mansilla. No Boavista, Stuart Baxter recuou Salvador Agra para o lugar do castigado Kakay e fez entrar Van Ginkel.

Axadrezados mostraram raça na frente, mas fragilidades atrás

Perante o forte apoio dos boavisteiros que quase encheram uma das bancadas do Municipal de Arouca, os comandados de Stuart Baxter entraram bem na partida, mas rapidamente levaram “um abanão”. Istop orque, ao sétimo minuto da partida, Miguel Puche tirou um foguete da cartola: o extremo (que apenas se estreou a marcar pelos arouquenses na jornada anterior) fletiu da esquerda para dentro e, sem oposição, atirou com força para o fundo das redes.

Poucos minutos passaram e, num lance confuso aos 19 minutos (onde foi necessária intervenção VAR), Trezza fez o gosto ao pé, aproveitando uma bola perdida à entrada da área. Aqui se começaram a denotar que, apesar da raça e forte pressão no ataque, o Boavista ia denotando debilidades na defesa, dando espaço a mais aos arouquenses.

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E por falar no ataque das Panteras, Bozenik (afastado dos golos desde a jornada 27) reduziu a desvantagem três minutos depois, servido por um cruzamento de Diaby pela esquerda. Esta redução pouco tempo durou, já que precisamente passados três minutos, Henrique Araújo (também ele afastado dos golos há algum tempo) concluiu com sucesso nova transição de sucesso dos Lobos de Arouca.

Ao intervalo, apesar de todo o sacrifício revelado no primeiro tempo, o cenário não era nada animador para o histórico emblema da cidade do Porto. Só um milagre poderia salvar os axadrezados.

Depois da sensação, a confirmação

Ao contrário da primeira parte, no segundo tempo assistiu-se a um “bola vai, bola vem”, com ambas as equipas a colocarem-se várias vezes na cara do golo. Contudo, nem uma nem outra capitalizaram o que criaram. Do lado da equipa da casa, os arouquenses estiveram várias vezes na cara de Vaclik e em vantagem numérica, mas a decisão (principalmente o passe) nunca saiu bem, desperdiçando em excesso. O cenário na frente de ataque dos boavisteiros também não era animador, pois, apesar de criarem menos chances que os da casa, também não conseguiram finalizar.

Os minutos foram correndo e o cenário, que foi sendo adiado ao longo da época, confirmou-se com o quarto golo de Nandín, no último minuto de compensação, e o apito final: passados 16 anos, o Boavista FC regressa à Segunda Liga, competição que apenas disputou uma vez, na época 2008/09.

FIGURA: Alfonso Trezza

O avançado uruguaio foi uma das principais figuras da equipa arouquense durante a época e, neste encontro, voltou a rubricar nova exibição muito bem conseguida. Marcou o 2-0, assistiu o último golo do encontro e teve mais oportunidades, tanto para marcar como para dar o golo aos companheiros.

O MOMENTO: o golo de Nandín, ao minuto 90+4

Apesar de todo o desperdício, de parte a parte, no segundo tempo, Nandín colocou a bola no fundo das redes no último minuto do encontro, pregando o último prego no caixão do Boavista.

POSTIVO: O apoio incansável da massa adepta boavisteira

Mais de dois mil adeptos do Boavista estiveram em terras de Santa Mafalda, a apoiar fortemente a sua equipa, independentemente das dificuldades e do cenário favorável tornar-se progressivamente cada vez mais improvável. Durante toda a temporada, em que as Panteras foram acordando quando tal parecia ser impossível, a “queda anunciada” foi sendo adiada até esta última jornada.

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