Arouca-Benfica, 0-3 (crónica)

Vítor Maia , Estádio Municipal de Arouca, Arouca
31 jan 2023, 23:12

Yes, they did it on a cold night

O horário e o estado do tempo faziam lembrar uma questão que se eternizou em Inglaterra. «Can they do it on a cold night in Stoke?», o que traduzido para a Língua de Camões significa «conseguem fazê-lo numa noite fria em Stoke?». Não foi Stoke, foi em Arouca, mas o Benfica conseguiu-o.

Com 3 graus Celcius à hora do jogo, João Mário quebrou o gelo (duas vezes) antes de Musa fixar o resultado final (3-0). O jogo do líder da Liga não foi avassalador, mas alicerçou o triunfo em dois momentos de brilhantismo que resultaram em dois golos, o suficiente para arrancar uma vitória confortável.

Sem Enzo de saída para o Chelsea, Schmidt juntou Chiquinho a Florentino no papel do argentino. Os encarnados colocaram sempre muita gente por dentro com o João Mário, Aursnes, Neres e Guedes, deixando os corredores para Bah e Grimaldo. Foi essa a fórmula decidida pelo técnico alemão para ferir o Arouca.

Por sua vez, Armando Evangelista desenhou um losango a meio-campo e entregou o ataque a Benji e Antony – salvo qualquer explicação posterior, a ausência de Dabbagh causou estranheza.

A estratégia estava a conter dentro do possível o Benfica, mas um desenho ofensivo de excelência deitou tudo por terra. Lançamento de linha lateral dos encarnados, Grimaldo bateu o marcador direito e tocou em Aursnes. O norueguês tabelou com Neres e perante o guarda-redes contrário, ofereceu o golo a João Mário.

O mais difícil do futebol é jogar simples, já pregava Johan Cruyff.

O Arouca esboçou uma tentativa de reação, porém, o melhor que conseguiu foram três pontapés de canto consecutivos a juntar uma tentativa de Antony quando o jogo ainda estava 0-0. Os arouquenses parecem sempre demasiado curtos no campo.

Nem houve tempo para perceber qual o plano imaginado por Evangelista para a segunda metade. Todos temos um plano até sofrermos um golpe, certo? O 2-0 foi um murro no estômago para a equipa da casa. 11 minutos da segunda parte, triangulação deliciosa do Benfica pelo corredor central com Aursnes a servir de calcanhar João Mário para o bis.

É justo reconhecer que o Arouca teve o mérito (ou a ousadia) de lutar e de assustar o rival. No entanto, Bruno Marques conseguiu acertar no colega, Quaresma, num remate no coração da área e Alan Ruiz não apresentou a mira afinada.

Foi o fim da linha para o Arouca ofensivamente. Schmidt trocou Gonçalo Guedes por Musa e o Benfica jogou a seu bel-prazer. Novo golo encarnado parecia uma questão de tempo. Ainda assim, só a dez minutos do final é que Musa juntou o seu nome à lista de marcadores.

Com mais dois jogos que Sp. Braga e FC Porto, o Benfica lidera confortavelmente e vai ficar no divã a assistir ao que os rivais vão fazer. Já o Arouca desperdiçou a oportunidade de chegar ao sexto lugar.

 

 

 

 

 

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