Antunes: «Seleção? Acho que fui dos mais castigados e injustiçados»

29 mar 2023, 10:16
Paços de Ferreira-Santa Clara (FERNANDO VELUDO/Lusa)

Lateral não esconde «mágoa» por não ter ido a fases finais, mas não guarda «rancor». «Sei apenas que, quando faltava alguém, chamavam o "bombeiro" Antunes». Diz que é preciso valorizar Cristiano Ronaldo, elogia João Mário e fala do Paços de Ferreira. «O objetivo é a permanência, com ou sem play-off»

O futebolista português Antunes considera que foi um dos «mais injustiçados» da seleção nacional e sublinhou que os portugueses devem valorizar mais o que Cristiano Ronaldo «tem feito pelo país».

Internacional A por 13 ocasiões, entre 2007 e 2017, Antunes jogou apenas em jogos particulares e de qualificação. O capitão do Paços de Ferreira não escondeu, por isso, em entrevista à Lusa, a «mágoa» de ter falhado as fases finais, admitindo que «algumas opções não são fáceis de explicar».

«Sinceramente, acho que fui dos mais castigados e injustiçados. Fiz as fases de qualificação todas, estive inclusive no play-off com a Suécia e, depois, na convocatória final [ndr: para o Mundial 2014], foram chamados três defesas direitos. Também fiz a qualificação para o Euro2016 e, depois, voltei a não estar presente. Sei apenas que, quando faltava alguém, chamavam o “bombeiro” Antunes», defendeu.

«Não guardo rancor a ninguém, mas custou-me bastante ter ficado fora de algumas fases finais, como em 2016 [ndr: Portugal foi campeão da Europa]. Não é que fosse um dos indiscutíveis, mas parece que só contava para certos jogos», lamentou.

Sobre Ronaldo, Antunes deixou um apontamento. «Os portugueses deviam agradecer, dar mais valor e aproveitar enquanto Ronaldo continua a jogar futebol. Ele deu muito ao futebol português, à federação e à seleção, mas continuamos a calcar e a massacrar aquilo que é nosso e a invejar o que é do vizinho», notou.

«Paços? Objetivo é a permanência, com ou sem play-off»

Sobre o Paços de Ferreira e os objetivos do clube, o lateral de 35 anos (completa 36 no sábado) assegura que a equipa só tem como meta a permanência, seja através do play-off ou de forma direta. O Paços encetou uma boa recuperação desde o regresso de César Peixoto ao comando técnico e soma 16 pontos no 17.º lugar, os mesmos pontos do Marítimo, 16.º em zona de play-off, e a seis do Estoril, 15.º.

«O objetivo é a permanência, com ou sem play-off. Para isso temos de ganhar pontos ao Marítimo e ao Santa Clara. Depois é passo a passo. O Estoril está a seis pontos, não ganha há vários jogos, mas são seis pontos. Tudo vai depender das próximas jornadas», observou.

«Passámos, no início, por uma fase muito escura e difícil, mas sentíamos que muitas derrotas não eram justas. É verdade que tivemos exibições menos conseguidas, mas também houve jogadores lesionados, bolas nos postes e expulsões. Em muitos jogos até fomos superiores e foi a esse lado positivo, bem entendido, que nos procurámos agarrar, conscientes de que uma vitória poderia mudar tudo», explicou.

«João Mário tem sido o melhor jogador do campeonato»

Sobre a luta pelo título, que contrasta com a do Paços, Antunes considera que o Benfica tem mostrado «mais competência», mas recusou a ideia de que já esteja decidido, apesar da «vantagem confortável de dez pontos» dos encarnados.

«O Sérgio Conceição é que pode responder melhor e dizer se o título está entregue, só ele sabe se o FC Porto tem capacidade para reagir, mas não vejo ninguém naquele clube a desistir, enquanto for possível. É quase como no Paços relativamente à permanência», declarou.

Antunes, que foi colega de João Mário no Sporting, considera ainda que o atual jogador do Benfica tem sido, na sua opinião, o «melhor jogador do campeonato».

«O João Mário não me tem surpreendido, sempre mostrou grande qualidade na definição de passe, na finalização, nas assistências ou a saber acalmar o jogo. E este ano, para mim, tem sido o melhor jogador do campeonato», referiu, acrescentando ainda que «o Sporting está agora bem» e na luta com FC Porto e Sporting de Braga pelo segundo lugar e com razões até para sonhar na Liga Europa, depois de «eliminar uma equipa importante e de grande qualidade como o Arsenal».

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