Álvaro Pacheco emocionado: «Ajudei os jogadores a criar as asas para voar»

Ricardo Jorge Castro , Estádio Futebol Clube Vizela, Vizela
8 mai 2022, 19:22

Vizela-Marítimo, 1-1 (reportagem)

Declarações do treinador do Vizela, Álvaro Pacheco, na sala de imprensa do Estádio Futebol Clube de Vizela, após o empate ante o Marítimo (1-1), em jogo da 33.ª jornada da I Liga, que carimbou a manutenção aos vizelenses:

«Esta felicidade é extensível ao concelho, à família vizelense. Acho que fizemos história, era algo muito importante para o clube, para a cidade e para o concelho, a sua equipa permanecer na I Liga, junto dos melhores. Olhando ao trajeto ao longo do ano: uma equipa que chegou à I Liga e mostrou uma identidade, um ADN, uma matriz de jogo e foi fiel a essa identidade durante o campeonato todo, chegar ao fim e ser premiada com a permanência, acho que é mais do que merecido. Não tenho dúvidas que com a experiência deste ano, os jogadores vão estar mais fortes, este clube vai continuar a crescer. Por isso, era muito importante, no regresso 36 anos depois à I Liga, permanecer na I Liga e isso foi conseguido.»

[Empate mais saboroso da época:] «Foi o mais saboroso, sem dúvida. Até eu, pela primeira vez, dou por mim a não querer ganhar o jogo, a querer manter o resultado, a ser mais conservador, com a equipa muito mais focada no processo defensivo. Jogo emotivo, bem conseguido da nossa parte, penso que a vitória assentaria por aquilo que foi o desempenho dos jogadores, mas por ser um jogo emotivo e eles sentirem a responsabilidade e o peso da importância deste jogo e dos pontos, houve períodos do jogo em que não fomos capazes de estarmos serenos e tranquilos, mas mesmo assim penso que tivemos, na primeira parte, oportunidades para sair na frente, para o segundo golo e depois acabámos por sofrer, algo que aconteceu ao longo da época, mas desta vez conseguimos o ponto importante e estamos todos a festejar.»

[O que é que diz do projeto do Vizela ter vários jogadores que acompanharam a equipa desde o CP e se foi mais difícil a subida ou a manutenção:] «Foi esta, sinceramente. Este ano, vai ao encontro disso. Se olharmos para o plantel, a maior parte, há ano e meio civil, estava no CP, em divisões inferiores. Foi lançado o desafio, mostrado o projeto e, antes de falar disso, parabéns: o Vizela é diferente. Tem um projeto, acredita e pela estabilidade permite, a quem trabalha aqui, trabalhar em função dos nossos objetivos, dos objetivos do clube e, além do projeto e da estabilidade, tem uma visão grande para o que pretende. Deu-nos um prazer grande pegar nesses jogadores vindos do CP, que foram abraçando uma ideia de jogo, arrojada, que os obrigava a sair da zona de conforto, mas ia obriga-los a crescer, prepará-los para outros palcos, não só ajudar o Vizela, mas também, se aparecerem desafios para eles, porque acredito que há muitos jogadores que estão preparados para desafios mais fortes, que vão estar preparados. Tinha de ser esse trabalho, serem capazes de disponibilizarem-se para o nosso trabalho e focarem-se no que controlam, principalmente mentalmente. Estes jogadores cresceram tática e tecnicamente, mas também mentalmente. Estão preparados já para outros patamares, foi um prazer enorme e um risco, mas gosto de correr risco. É um trajeto bonito, jogadores que estavam há dois anos no CP fazer este percurso e chegar ao patamar mais alto e sermos capazes de não só conquistar a permanência. Foi todo o percurso e crescimento, o caráter e coragem que tiveram, em todos os campos, fomos sempre Vizela. Eles nunca abdicaram da essência de cada um e a essência coletiva, por jogar contra A, B, C ou D. Ajudei-os a criar as asas para eles agora voarem, mas alguns vão ter que ficar, porque para o ano temos de continuar a fazer história.»

[Filhos presentes na sala de imprensa:] «Eles são um motivo para eu trabalhar todos os dias, as pessoas mais importantes na minha vida foram o meu pai e a minha mãe, o meu pai infelizmente não está aqui comigo e é a minha referência e o meu ídolo, pelos valores que me passou [ndr: com lágrimas nos olhos enquanto fala]. Se sou quem sou, devo muito aos meus pais e tento passar para os meus filhos. São fundamentais para o meu sucesso, a minha âncora nos momentos mais difíceis.»

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