Benfica-Estoril, 6-0 (destaques)

28 fev 2015, 18:59
Benfica-Estoril (LUSA/ José Sena Goulão)

Pizzi foi o mestre de cerimónias que começaram com selo do capitão

 A figura: Pizzi


Confirmou-se como a mais recente transformação de Jorge Jesus e este sábado demonstrou o porquê de Talisca estar, agora, confinado a um lugar no banco de suplentes. Patrocinou um golo daqueles que tem lugar garantido nos arquivos, e ainda teve participação direta em outros momentos felizes dos encarnados, com destaque para a forma como cobrou o canto que valeu a cabeçada triunfal de Luisão. Jogou imenso e fez jogar a equipa. Saiu debaixo de uma onda de aplausos e bem os mereceu. Enorme!


 
 
O momento: a cabeçada do capitão


O golaço patrocinado por Pizzi, na sequência de um remate colocado, mereceria, porventura, o estatuto de momento do jogo, mas há momentos que valem mais que mil palavras. No dia em que os campeões nacionais comemoravam o 111.º aniversário, foi uma cabeçada do eterno capitão a desbloquear o jogo, trazendo à memória dos adeptos outros momentos decisivos igualmente com a assinatura do internacional brasileiro. Em dia de festa, que também assinalava os três anos de invencibilidade na Luz em partidas para Liga, foi Luisão a subir ao céu para levantar, pela primeira vez, o Estádio. Não pode ser apenas uma coincidência.
                                            
 
O positivo: 20 minutos cilindro encarnado


O Benfica não tremeu em semana de clássico, de onde pode tirar partido direto, como ainda deu uma enorme demonstração de capacidade. Se alturas houve em que as exibições dos campeões foram criticadas, a equipa de Jorge Jesus recorreu à nota artística para abrilhante a partida que assinalava os 111 anos do clube. A primeira parte foi de altíssimo nível, principalmente os 20 minutos nos quais estão condensados os quatro primeiros golo da equipa orientada por Jorge Jesus. Afinal, a nota artística ainda mora na Luz.
 
 
O negativo: amarelo pálido


A equipa do Estoril está triste, é um facto, e é fácil adivinhar os motivos para o estado de alma dos canarinhos que viveram o passado recente de sorriso nos lábios. Todo o histórico, trazido na bagagem do autocarro, pesou na atuação da equipa, que somou, na Luz, o quinto desaire consecutivo. Quando o cilindro encarnado começou a carburar, o Estoril viveu verdadeiros momentos de drama, sobretudo na primeira parte, devido à incapacidade em responder aos sucessivos fogos que ardiam junto à sua baliza. A equipa de José Couceiro tem qualidade, mas precisa de encontrar rapidamente o antidoto capaz de sarar todas as feridas.
 
 
Outros destaques

 
Maxi Pereira


A locomotiva uruguaia assinou uma primeira parte de altíssimo nível, tendo, inclusivamente, assumido o papel principal no quarto golo do Benfica assinado por Jonas. Sem preocupações defensivas, o lateral, que é por estes dias um dos símbolos da equipa, olhou, quase em exclusivo para a frente, dando várias vezes o contributo em lances ofensivos, combinando na perfeição com Salvio, Jonas, Lima e companhia. Foi também devido a ele que o flanco direito dos encarnados esteve muito mais ativo que o canhoto.
 
 

Eduardo Salvio


O melhor Salvio regressou este sábado ao relvado da Luz para rejubilo dos adeptos encarnados. Voltou aos golos cinco jornadas depois, interrompendo um jejum que vinha desde a viagem à Madeira, formando com Maxi Pereira uma ala direita em vertigem constante, fazendo lembrar, em vários momentos, o primeiro Benfica de Jorge Jesus. Sempre que a bola lhe chegava aos pés o jogo subia de velocidade e virava-se, imediatamente, para a baliza canarinha. Seja bem-vindo, Totó Salvio.
 
  Lima


Só na segunda parte é que conseguiu colocar a bola no fundo da baliza do Estoril, mas a atuação do avançado brasileiro não pode ser reduzida apenas a esse instante. Entendeu-se às mil-maravilhas com Jonas, procurando sempre terrenos seguros para oferecer linhas de passe aos companheiros. Deixou também a sua impressão digital noutros três golos dos campeões nacionais, tendo participação direta nos lances finalizados por Salvio, Pizzi e Jonas. Boa exibição do avançado brasileiro  
 
Jonas


O brasileiro é um craque e faz a diferença, não é novidade. Apesar de não ter o turbo de alguns dos companheiros de ataque, Jonas destaca-se pela forma como trata a bola e a faz circular pelos companheiros, dando-lhe sempre o destino mais acertado. Contribuiu para a goleada encarnada, finalizando, da melhor maneira, duas jogadas bem elaboradas pelo ataque benfiquista. Fechou as festividades na Luz.


 
Anderson Esiti


Não estava a fazer um mau jogo, mas acaba por ser destaque pela negativa ao ver a segunda cartolina amarela num lance a meio campo que não oferecia qualquer perigo para a sua equipa. Recuperou várias bolas, chegando mesmo a cotar-se como o melhor do Estoril, mas os seus companheiros estiveram sempre demasiado retraídos para dar seguimento às jogadas. Foi engolido no vendaval ofensivo dos encarnados.
 
Kieszek


Foi ao fundo da baliza buscar a bola seis vezes, mas não se lhe pode apontar nada. Ainda adiou o primeiro golo dos encarnados no período inicial da partida, com duas boas exibições, mas, daí para cá, foi impotente perante tamanha superioridade. O Estoril sai da Luz com um dos piores registos defensivos da Liga, mas o polaco é dos poucos que está isento de culpas.

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