Rio Ave-Marítimo, 0-0 (crónica)

11 jan 2015, 17:51
Rio Ave-Maritímo (LUSA/ Fernando Veludo)

Tão iguais e tão diferentes, mas com o mesmo resultado

Quantidade ou qualidade? A dicotomia imperou nos Arcos esta tarde, num duelo que terminou sem golos, com duas equipas semelhantes na competência mas diferentes em campo. Mais ofensivo o Rio Ave. Mais calculista e perigoso o Marítimo. Ficam as intenções para os da casa e mais lances de perigo para os insulares. No final um empate (0-0) que se aceita.
 
No papel, de resto, já se previa que fosse assim. Gémeos de luta, equipas que, diz a teoria, têm valor idêntico, e bom, apesar dos quatro pontos que as separam na Liga. O Rio Ave tinha a vantagem pontual e o fator casa. O Marítimo não tinha nada a perder, o que também costuma ajudar.
 
FICHA DE JOGO


O jogo, em ambas as partes, foi mais de luta do que de inspiração. Suor, batalhas atrás de batalhas. Dentes cerrados e, de quando em vez, alguma inspiração.
 
Mais fantasista o Rio Ave, porque Diego Lopes e Ukra não sabem ver o futebol de outra forma. Mais vertical o Marítimo. Sem Danilo Pereira, Leonel Pontes, povoou o meio campo com Fernando Ferreira, Fransérgio, Bruno Gallo e Alex Soares. Ainda por lá aparecia Weeks, falso avançado nas costas de Maazou. Destruir e dar ao nigerino era a tática evidente. Nem sempre saiu bem.
 
O Marítimo criou perigo apenas de meia distância nos primeiros 45 minutos. Remates dos laterais. Primeiro Ruben Ferreira, depois, mais perigoso, João Diogo. Em ambos, Cássio foi mais forte.
 
Mais Rio Ave mas Marítimo mais perigoso

 
O Rio Ave, que apareceu em campo com o jovem Nelson Monte no centro da defesa face à onda de lesões que varre aquela posição específica, perdeu ainda Prince antes da meia hora, pelo mesmo motivo. Acabou Tarantini a central,mas a equipa não abanou.
 
Aliás, os últimos cinco minutos do primeiro tempo foram a melhor fase do Rio Ave. Quando parecia que ambas as equipas aguardavam o intervalo, os vila-condenses cresceram até um ponto que ainda não tinham mostrado. E ameaçou a dois tempos.
 
Primeiro Hassan, após uma série de ressaltos na área, fica na cara de José Sá, com a bola pelo ar. Tentou o chapéu de cabeça mas o português levou a melhor. Voltou a fazê-lo em cima do descanso, agora perante Diego Lopes e pelo solo.
 
O segundo tempo começou com um remate ameaçador de Alex Soares, prosseguiu com um cabeceamento ao poste de Maazou, mas esgotou-se aí para os insulares. O empate começava a agradar e o Rio Ave ficou, ainda mais, com as despesas do jogo.
 
Carregou mas nunca teve o discernimento certo para encontrar o caminho do golo. Mais coração sem qualquer dúvida. Deixa o jogo com a ideia de ter, praticamente, sufocado o rival nos minutos finais, mas sem um lance prático, se excetuarmos um remate forte de Wakaso que José Sá parou, para sustentar a teoria de que merecia algo mais.
 
Assim, o empate é justo. Os gémeos na valia, são diferentes na forma de operar, mas voltou a igualar-se nos resultados práticos.
 
Um ponto para cada lado e a diferença continua nos quatro entre ambos. Esta tarde, pelo menos, o futebol teve lógica.

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