LE: V. Guimarães-Steaua Bucareste, 1-0 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
29 ago 2019, 22:09
V. Guimarães-Steaua Bucareste

Tantas tentativas para um só golpe

A espada esteve em riste, ameaçou golpear várias vezes o adversário mas a passagem do V. Guimarães fica-se pelos serviços mínimos. Triunfo sobre o Steaua de Bucareste (1-0) com um golo de Tapsoba na transformação de uma grande penalidade a carimbar a presença dos vimaranenses na fase de grupos da Liga Europa.

«Cut your head, idiot» indicaram os adeptos do V. Guimarães no final do encontro, uma mensagem dirigida a Gigi Becali, proprietário do Steaua que prometeu cortar a cabeça caso o V. Guimarães marcasse um golo. Teve sorte o senhor Becali, ao ser golpeado apenas uma vez.

O festival de golos falhados tornou-se num recital, um verdadeiro hino ao desperdício. O segundo golo, o terceiro, o quarto, o quinto, e por aí em diante estiveram tantas vezes próximo, mas falhou a pontaria afinada. O Vitória consegue o seu objetivo, mas podia-o ter feito com muito mais mérito e de forma tranquila. As estatísticas atestam um verdadeiro massacre.

Valeu o tal golo de Tapsoba e, desta vez, a ausência de um balde de água fria perto do final. Quase três milhões de euros creditados na conta bancária vimaranense com a entrada na fase de grupos da Liga Europa.

Desperdício em dose dupla

Ciente da importância do jogo, a equipa do Vitória entrou com tudo no jogo. Literalmente. Aos três minutos pôs a defesa do Steaua em sentido com desperdício em dose dupla. Pepê apareceu isolado mas permitiu a defesa a Blgradean, na recarga o avançado Bruno Duarte terá feito o mais difícil.

Um pronúncio para aquilo que foi a primeira metade, que terminou sem golos tal como o jogo da 1.ª mão, na Roménia. O Vitória foi melhor e teve mais iniciativa mas foi esbarrando num Steaua bem organizado defensivamente e na sua própria ansiedade.

A equipa de Ivo Vieira acusou a pressão do jogo, o nervoso miudinho saiu cá para fora e a ansiedade foi um entrave difícil de ultrapassar. Davidson e Rochinha, apesar de muito interventivos, foram o que mais padeceram desse síndrome, por vezes querendo resolver tudo sozinhos.

Quando a tal ansiedade não foi inibidora o Vitória criou perigo, chegando ao período de descanso a dever a si mesmo um resultado favorável. A instantes do intervalo Bruno Duarte cabeceou à trave e na recarga Poha atirou por cima quando tinha tudo para abanar as redes. Saíram em dose dupla as oportunidades, mas sem o resultado pretendido.

Castigo máximo desbloqueia

Verdade absoluta: para a eliminatória se resolver teria que haver no mínimo um golo. Não conseguiu de bola corrida, foi um castigo máximo a permitir ao V. Guimarães desbloquear o jogo. Roman travou Davidson, Tapsoba assumiu a responsabilidade e indicou o caminho da fase de grupos. Um que golo que desbloqueou o jogo, mas não a eliminatória. Um golo romeno invertia por completo os papéis.

Seguiu-se mais um capítulo do festival de oportunidades desperdiçadas para o Vitória. O tal recital autêntico num hino ao desperdício. Alguns dos lances verdadeiramente incríveis em momentos de superioridade numérica e completamente escancarada.

Partiu-se o jogo, ficou estranho seguindo um figurino já visto no D. Afonso Henriques. Basta recordar que o Vitória desperdiçou as duas vantagens que teve esta época quando jogou em casa.

Ao minuto noventa a bola embateu no poste do conjunto de Bucareste, podendo aí o encontro ficar resolvido. Foi até ao último fôlego, mas o Vitória lá conseguiu o apuramento e, ao fim de contas, o objetivo. Foi o mais importante, mas que o caudal ofensivo dava para mais, isso dava.

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