LE: Arouca-Olympiakos, 0-1 (crónica)

18 ago 2016, 22:20

Arouca acordou tarde e vê o sonho complicar-se

Paulo Bento estreou-se no comando técnico do Olympiakos, em Arouca, com um triunfo que coloca os gregos muito perto da passagem à fase de grupos da Liga Europa. Um golo de Sebá, aos 26 minutos, dá vantagem ao crónico campeão grego, que só perto do final da partida foi incomodado pelo Arouca.

A equipa de Lito Vidigal demorou a encaixar no jogo do oponente, mas ainda foi a tempo de assustar Paulo Bento que, após uma semana de trabalho, terá ficado satisfeito com aquilo que viu.

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Perante a desvantagem mínima dos portugueses, a decisão da passagem à fase de grupos permanece em aberto, mas será necessário os arouquenses irem vencer à Grécia, algo que se adivinha uma tarefa hercúlea.

Olympiakos mostra quem manda

Os helénicos começaram melhor, assumindo, no campo, o favoritismo que lhes era atribuído antes do início da partida. Com uma frente de ataque muito móvel, onde Brown era bem acompanhado pelos bem conhecidos Sebá e Pardo, os gregos colocaram grandes dificuldades à defesa do Arouca, desde cedo.

Apostando num jogo de posse, sempre que os gregos aceleravam a troca de bola conseguiam desequilibrar a defesa arouquense, claramente baralhada com as movimentações do adversário. E nem as saídas para o contra-ataque, habitualmente perigosas, saíam bem ao conjunto de Lito Vidigal.

A partir dos 15 minutos, o campeão grego passou a controlar por completo a partida. O primeiro lance de perigo saiu dos pés de Sebá que, partindo da direita, puxou para dentro, ultrapassou dois adversários e só não abriu o marcador porque esbarrou em Bracali.

Contudo, o nulo não duraria muito mais tempo. Cerca de 10 minutos depois, o brasileiro que o Olympiakos recrutou no Estoril iria chegar ao golo, de forma mais ou menos esperada, perante o jogo a que se assistia.

Em dia de aniversário, o veterano Cambiasso, sobre a linha do meio-campo, arrancou um passe soberbo para a corrida de Pardo, o colombiano cruzou para Sebá que só teve de encostar para o golo dos gregos.

Arouca vê-se grego para reagir

E vantagem no marcador, a equipa de Paulo Bento diminuiu a intensidade, mantendo o controlo total da partida. O Arouca tentou reagir, mas esbarrava num adversário coeso e que apesar de trocado de treinador há pouco tempo, tem individualidades que fazem a diferença.

Ao intervalo, a vantagem do Olympiakos era justa e ficava claro que a equipa portuguesa teria de trabalhar muito para contrariar a supremacia dos gregos. Só que o início da etapa complementar mostrou um Arouca ainda com maiores dificuldades, sem conseguir sequer sair a jogar do seu meio-campo defensivo.

Os helénicos, por seu turno, mantinham a aposta em procurar a velocidade dos seus homens da frente, com Pardo em destaque, a criar muitas dificuldades à defesa contrária.

Lito arrisca e o Arouca assusta

Perante um domínio quase absoluto do opositor, Lito Vidigal mexeu na equipa e mudou o esquema tático, arriscando a passagem do seu habitual 4-3-3 para um 3-5-2 de tração à frente. Com a saída do defesa esquerdo, Carleto, e a entrada de Marlon para fazer companhia a Walter González no ataque, o técnico arouquense colocou a sua equipa muito mias próxima do golo.

Marlon entrou bem na partida e mexeu com um jogo que se tornava algo sonolento. O possante brasileiro ganhou vários duelos aos defesas contrários que passaram a sentir-se incomodados com o ataque da equipa da casa.

Moralizado, o Arouca passou a assumir o jogo e, por muito pouco, não chegou ao empate, num slalom gigante de Walter González que, depois de ultrapassar vários adversários, viu faltarem-lhe as forças quando já só tinha o guarda-redes pela frente.

Pouco depois, o guardião Kapino voltaria a estar em destaque, ao parar um livre direto muito bem batido por Nuno Valente. O médio do Arouca colocou as mãos na cabeça e percebeu que acabara de perder uma boa oportunidade para levar a sua equipa em melhor posição para a segunda mão.

O desejo arouquense de chegar à fase de grupos complica-se com esta derrota, mas este Arouca vai bater-se, na casa do campeão grego, por prolongar o sonho que ainda está a viver.

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