Champions: Estrela Vermelha-Benfica, 1-2 (crónica)

19 set, 19:41

Vitória escrita com trema, mas de letra tremida

‘Aquela música’ voltou para os adeptos do Benfica. No primeiro jogo da nova Champions, o Benfica deslocou-se até Belgrado, capital da Sérvia, nesta quinta-feira, para vencer o Estrela Vermelha por 2-1. Os homens de Bruno Lage não fizeram uma exibição brilhante, com alguns ‘tremeliques’ na segunda parte, mas dois golos obtidos na primeira fizeram a diferença.

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O Benfica versão 2024/25 fica marcado por uma nova tendência. A distante Turquia, país que começa no leste da Europa e beija o Médio Oriente e a Ásia Ocidental, cedeu duas das suas grandes figuras a um dos grandes clubes mais ocidentais da Europa. A língua e a grafia turca são diferentes da nossas - tanto que a trema, acento utilizado no nome de Orkun Kökcü e Kerem Aktürkoglu nem sequer figura no nosso teclado – mas, no relvado, todos se entendem.

Se o extremo ex-Galatarasay (um ícone para os adeptos nos anos recentes) já se tinha apresentado na estreia com um golo, diante do Santa Clara, renovou nesta quinta-feira votos de um bom início de temporada. Primeiro, com um remate longínquo, puxado para o poste mais distante, que acabou ao lado da baliza. Depois, o aviso tornou-se real.

Di María esperou pela entrada de Alexander Bah no corredor direito, por dentro, e o dinamarquês cruzou para o centro da área. Um corte do defesa fez com que a bola caísse exatamente ao segundo poste, com Aktürkoglu a surgir oportunamente para marcar. Krunic tentou impedir o golo, a compensar a falta de Mimovic, mas não conseguiu.

O mesmo Mimovic ouviu um ‘ralhete’ do treinador Milojevic e acabou substituído antes da meia-hora. Dálcio Gomes, antigo jogador do Benfica, entrou no seu lugar e deu origem a uma reorganização tática. E não foi a única substituição antes do intervalo. Do lado do Benfica, Alexander Bah teve de sair por lesão, após ter sofrido um pisão no joelho esquerdo. Kaboré estreou-se com a camisola das águias.

O segundo golo também se escreveu com trema. Duas, até. Orkun Kökcü teve uma chance de livre direto, em zona frontal, e ‘antecipou-se’ a Di María. Bateu muito bem e a bola beijou a malha lateral esquerda da baliza de Glazer. O guarda-redes nem se atirou. O Benfica partia para o intervalo com uma vantagem segura de dois golos, mesmo sem jogar espetacularmente.  

A segunda parte trouxe mais dificuldades ao Benfica, que ficou praticamente sem fio condutor no seu jogo. O Estrela Vermelha empurrou os encarnados mais para trás e, mesmo com alterações de Bruno Lage no meio-campo perto da hora de jogo, entrando Fredrik Aursnes, a posse ficou mesmo entregue aos sérvios. Só no final é que Amdouni fez 'mexer as águas', com um belo remate ao poste. Trubin teve muito mais trabalho do que Glazer.

Mais do que isso, só mesmo a dupla de centrais Otamendi-António Silva, que teve de fazer alguns cortes essenciais na segunda parte. Mas, verdade seja dita, os sérvios não criavam nenhuma chance de golo iminente, talvez por incapacidade própria. A grande exceção surgiu aos 87 minutos, com Milson, ex-jogador do Marítimo, a surgir nas costas dos centrais e a bater Trubin facilmente. Carreras foi o mais lento a subir linha defensiva e pôs em jogo o adversário.

Afinal de contas, o Benfica venceu 2-1. A custo, mas ganha os primeiros três pontos na Liga dos Campeões, no primeiro de oito jogos na fase regular. A Turquia, um país que parecia estar de portas fechadas para Portugal – apenas um lugar de destino, mas não de chegada – faz a diferença neste novo Benfica que, com Bruno Lage, ganha algum oxigénio nos pulmões nesta fase inicial. E o treinador festejou bastante no final, em direção aos adeptos.

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