O que distingue os portugueses na Liga dos Campeões

10 out 2022, 08:04
Liga dos Campeões

A concentração de apostas do Benfica, a maior eficácia do Sporting, o desperdício do FC Porto e ainda dados sobre o jogo de pressão das águias, a lançar a segunda metade da fase de grupos

A Liga dos Campeões entra esta semana na segunda e decisiva metade da fase de grupos, já com decisões à vista e com tudo ainda em aberto para as equipas portuguesas, ainda que em circunstâncias bem distintas para Benfica, Sporting e FC Porto. A lançar o que aí vem, o Maisfutebol olha para alguns dos dados estatísticos do que já se jogou, do ponto de vista português. Começando pelos jogadores utilizados, salta à vista no Benfica a concentração de minutos no onze preferencial de Roger Schmidt. Nenhuma outra das 32 equipas teve tantos jogadores em campo todos os minutos possíveis como as águias, que além disso repetiram o mesmo onze nos três jogos.

Se na Liga portuguesa Roger Schmidt procedeu na última jornada, frente ao Rio Ave, a uma rotação significativa no onze inicial, na Liga dos Campeões o treinador tem sido bem mais conservador. São seis os jogadores que jogaram todos os minutos possíveis: Vlachodimos, Bah, António Silva, Otamendi, Grimaldi e também Florentino. Quanto à repetição do onze inicial em todas as partidas, só houve mais um clube a fazê-lo, o Ajax. Enzo, Neres, Rafa, João Mário e Gonçalo Ramos são os outros jogadores que foram também titulares em todos os jogos. Na primeira metade da fase de grupos o Benfica foi também das equipas que utilizaram menos jogadores, 17 no total. As águias somaram duas vitórias e um empate frente ao PSG, com quem dividem a liderança do Grupo H e que visitam esta semana na quarta jornada, sendo que no limite já se pode jogar o apuramento no Parque dos Príncipes para qualquer uma das equipas.

O Sporting está entre as equipas que utilizaram mais jogadores no percurso que vai valendo a liderança do Grupo D, que como muitos anteviam é um dos mais equilibrados à partida para a segunda metade da competição. O total de 21 utilizados é influenciado por algumas lesões, mas também pelas circunstâncias da derrota com o Marselha na terceira jornada, marcada pela expulsão do guarda-redes Adán. O núcleo duro de Rúben Amorim também é claro, com oito jogadores titulares em todos os jogos. Mas há apenas dois totalistas nos leões, Inácio e Matheus Reis.

O FC Porto, que somou a primeira vitória frente ao Bayer Leverkusen após duas derrotas, utilizou até agora 19 jogadores na Liga dos Campeões e, mesmo com algumas baixas forçadas, Sérgio Conceição tem igualmente mantido apostas regulares. Sete jogadores começaram de início todos os jogos e há ainda quatro totalistas: Diogo Costa, Pepe, David Carmo e Stephen Eustáquio.  

Os dragões integram um dos grupos onde, ainda que nada esteja decidido, há já uma equipa com vantagem clara, o surpreendente Club Brugge, que venceu os três jogos e pode carimbar já na próxima ronda o bilhete para os oitavos, quando FC Porto, Bayer Leverkusen e At. Madrid têm três pontos cada um. Há mais quatro equipas com o pleno de pontos: Nápoles, Bayern Munique, Real Madrid e Manchester City. Todas elas partem para a quarta jornada a poderem selar já a qualificação para os oitavos de final, algo que também está ao alcance do Dortmund, segundo no grupo do City. 

Resultados e classificações da fase de grupos da Liga dos Campeões

Sporting mais eficaz e com mais bola

Quanto às estatísticas de jogo, o Sporting é do ponto de vista ofensivo a mais eficaz das equipas portuguesas, não apenas pelos seis golos marcados, mas por o ter conseguido, de acordo com os dados da UEFA, em apenas 26 remates, 13 deles enquadrados com a baliza. E também com um número baixo de ataques conduzidos, 85 no total dos três jogos, que corresponde à 27ª posição entre as 32 equipas em prova. O Barcelona lidera essa estatística, com 237 ataques, que se traduziram em cinco golos marcados e apenas uma vitória.

O mais perdulário dos representantes portugueses é o FC Porto, que conduziu 140 ataques e produziu volume para rematar 44 vezes, mas marcou apenas três golos, em 11 remates enquadrados. O Benfica tem cinco golos marcados em 43 tentativas, 17 delas à baliza, em 139 ataques produzidos. O melhor ataque é do Nápoles, com 13 golos apontados e também líder das tentativas de remate. No outro extremo está o Rangers, a única equipa sem qualquer golo.

O Benfica tem de resto apenas dois golos sofridos, numa altura em que há ainda duas equipas que mantêm a baliza a zero, Club Brugge e Bayern Munique. O Sporting integrava esse grupo até ao desaire em Marselha, onde sofreu os quatro golos que soma nesta altura. O FC Porto já sofreu seis golos.

Os leões são também a equipa portuguesa com melhor percentagem de posse de bola e a única com valor «positivo». Um total de 51.3 por cento, ainda assim longe dos 65.7 por cento que valem ao Manchester City a liderança do ranking. O Benfica tem 49.3 por cento e o FC Porto 48.3 por cento.

Quanto à circulação de bola, o Sporting é entre os portugueses a equipa com mais passes tentados, mas em termos globais o Benfica tem melhor eficácia de passe, 84.67 por cento de passes completos contra 83 por cento dos leões. O FC Porto regista 80 por cento, num ranking liderado pelo Real Madrid, com 92.3 por cento.

A pressão do Benfica em números

O Benfica destaca-se de resto em vários aspetos que traduzem o estilo de jogo pressionante da equipa. São a terceira equipa com mais recuperações de bola, com um total de 138, atrás apenas de Eintracht Frankfurt e Chelsea. Em termos individuais, Otamendi é o jogador em toda a competição com mais recuperações, um total de 28. O FC Porto soma 125 recuperações de bola e o Sporting tem 105.  O Benfica é também a equipa portuguesa com maior distância percorrida em campo, 358.96 km nos três jogos. Segue-se o Sporting, com 336.41 km, depois o FC Porto, com 311.55km.

As águias também estão entre as equipas com mais faltas cometidas. Um total de 42, atrás apenas do Ajax, que soma 48. Também aqui há um jogador encarnado a liderar o ranking: Enzo Fernández, com um total de 11 faltas. O FC Porto tem 33 faltas cometidas e o Sporting 30, enquanto o clube que menos faltas teve assinaladas foi o Real Madrid, 20 no total. Uribe é o portista com mais faltas cometidas, nove, enquanto no Sporting o primeiro na lista é Ugarte, com seis. O médio é igualmente o jogador dos leões com mais faltas sofridas, sete no total.

OFC Porto é em absoluto a quinta equipa que mais faltas sofreu, 38 no total. Na frente está o PSG, com 48. O Sporting tem 31 e o Benfica 30. Otávio e Pepê são os jogadores portistas com mais faltas sofridas, oito cada um, mas à frente deles está o benfiquista Rafa, com nove.

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