Liga das Nações: Suíça-Portugal, 1-0 (crónica)

12 jun 2022, 21:59

Sem antídoto para Seferovic

Portugal entrou a perder na Suíça, tentou tudo para dar a volta ao resultado, sobretudo na segunda parte, mas, sem Cristiano Ronaldo e já com muitos jogadores a pedir férias, não conseguiu bater Omlin, a grande figura da partida, entre os postes da baliza helvética. Fernando Santos arriscou tudo na etapa final da partida, Portugal acabou o jogo com Diogo Jota, Ricardo Horta, André Silva e Gonçalo Guedes no ataque, mas faltou discernimento para trazer pontos da Suíça.

Portugal entrou no Estádio de Genebra como se estivesse a jogar em casa, com muitos emigrantes nas bancadas, mas também entrou praticamente a perder, com a Suíça a chegar ao golo na primeira oportunidade que criou, ainda antes do final do primeiro minuto de jogo. Widmer cruzou largo da esquerda para o segundo poste, Pepe e Danilo não chegaram e a bola sobrou para o eficaz Seferovic que cabeceou para o fundo das redes. Desta vez o golo do avançado do Benfica valeu mesmo. Lembramos que o suíço também tinha marcado em Alvalade, num golo que acabaria por ser anulado, mas que despertou Portugal para a goleada aos helvéticos (4-0).

Neste caso, Portugal, com sete alterações em relação ao jogo anterior, procurou também reagir rápido. Pepe ainda teve uma oportunidade, na sequência de um canto, mas Fernando Santos apanhou novo susto, aos 12 minutos, quando Nuno Mendes cortou uma bola na área com o braço. O árbitro chegou a apontar para a marca dos onze metros, mas depois de rever as imagens, acabou por recuar na sua decisão, uma vez que o lance tinha começado com uma falta evidente sobre André Silva.

Logo a seguir Portugal teve uma oportunidade soberana para chegar ao empate, talvez a melhor de toda a primeira parte, num cruzamento bem medido de Rúben Neves, mas Omlin defendeu a cabeçada de Danilo. No minuto seguinte, Portugal chegou mesmo a festejar um golo, numa cabeçada de Rafael Leão, mas André Silva, que fez a assistência, estava adiantado e não valeu.

Depois foi a vez da Suíça sofrer um revés, com Shaqiri a acusar o desgaste neste final de temporada e a deixar o relvado com problemas físicos. Portugal procurou assumir o comando do jogo, com mais posse de bola, procurando espaços e fazendo rodar o jogo de um flanco ao outro, mas pela frente tinha uma Suíça bem fechada, com duas linhas bem juntas que bloqueavam todos os caminhos para a área de Omlin.

Portugal tinha mais meio-campo, mas não tinha capacidade para romper as linhas suíças, com Rafael Leão, descaído sobre a esquerda, demasiado recuado e João Cancelo, sem o «turbo» que exibiu em Alvalade, também sem conseguir ajudar a fazer a bola chegar ao último terço.

Do 4x3x3 até ao 4x2x4

Era preciso mudar alguma coisa para a segunda parte e, logo a abrir, Fernando Santos prescindiu de Otávio para lançar Gonçalo Guedes. Vitinha recuou o avançado do Valencia assumiu o lado direito do ataque, com as diferenças a notarem-se de imediato, com Portugal a conseguir chegar com mais gente ao último terço do terreno. Portugal cresceu a olhos vistos no jogo, na mesma medida que a Suíça recuava ainda mais na defesa da baliza de Omlin, chegando ao ponto de se limitar a aliviar bolas para longe da sua área.

Portugal crescia e Fernando Santos ia metendo mais gasolina em campo, com as entradas de Diogo Jota e Bernardo Silva. O médio do Manchester City fez-se notar na primeira vez que tocou na bola, com uma bomba à figura de Omlin que, nesta altura, já era uma das figuras incontornáveis da partida. As oportunidades multiplicavam-se, apesar do pouco acerto de Nuno Mendes sobre a esquerda, e o selecionador lançou ainda Matheus Nunes e Ricardo Horta para a contenda.

O médio do Sporting juntou-se a Bernardo Silva no meio-campo e Portugal atacava agora com uma linha de quatro na frente, com Diogo Jota a vir da esquerda para o centro, Gonçalo Guedes fazia o mesmo no lado contrário, ainda com Ricardo Horta no apoio direto a André Silva. A Suíça passou por verdadeiros momentos de sufoco, com as bancadas a vibrar em português, mas Omlin continuou a brilhar entre os postes, com defesas atrás de defesas. Nos instantes finais do jogo, Pepe juntou-se à frente de ataque e até teve uma oportunidade para marcar, tal como Diogo Jota que fez a bola passar muito perto da trave no último lance do jogo.

Portugal consentiu, assim, a primeira derrota nesta edição da Liga das Nações, apenas a segunda nas três edições em que já disputou, mas face à vitória da Espanha sobre a República Checa (2-0), acaba por perder a liderança do grupo, quando faltam ainda disputar os dois jogos que estão marcados para Setembro.

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