«Estivemos brilhantes na primeira parte, mas também gostei da segunda»

David Marques , Estádio da Luz, Lisboa
5 set, 23:02

Roberto Martínez diz que o talento ganha jogos, mas a resiliência e o foco tático são necessários para se vencer torneios

Roberto Martínez, selecionador nacional, em declarações aos jornalistas após o Portugal-Croácia (2-1) no Estádio da Luz:

«Como selecionador gostei das duas partes. Na primeira parte estivemos brilhantes. O jogo com bola foi de alto nível. A movimentação, os padrões de ataque, os dois golos que fizemos e as oportunidades.

Mas também gostei da segunda parte. Perdemos mais o controlo da bola, mas defendemos com intensidade, foco incrível e resiliência de que todas as equipas ganhadoras precisam. O talento é importantíssimo para ganhar um jogo, mas a resiliência e o foco tático são necessários para se vencer torneios. Como selecionador, gosto muito disso. Mas a primeira parte, para os nossos adeptos, foi brilhante.»

[Cristiano Ronaldo disse que sentiu os jogadores mais livres. Concorda?]

«É importante ter um equilíbrio, mas mais importante é haver disciplina. É importante que os jogadores se sintam livres no relvado, mas do que eu gosto muito é da disciplina tática, que permite utilizarmos o nosso talento para marcar golos. Marcámos nos primeiros dez minutos, continuámos a criar muitas oportunidades e a Croácia teve muitos problemas para defender o nosso jogo na primeira parte. Liberdade é importante quando há disciplina tática. E tivemos isso.»

[Portugal não correu alguns riscos nos últimos 20 minutos? Não era melhor defender mais à frente e ter mais bola?]

«Sem dúvida. Queremos defender com bola, mas contra uma equipa como a Croácia é importante também mostrarmos que podemos defender sem bola. Podemos mudar e utilizar diferentes valências. Nos últimos minutos não tivemos tanto tempo a bola, mas conseguimos que a Croácia a tivesse nas áreas onde queríamos e que podíamos defender bem. O 2-0 é um resultado muito difícil, porque o golo seguinte marca o resto do jogo. O terceiro, e tivemos oportunidades, mudaria totalmente o jogo. Quando a Croácia marca o golo, pode correr riscos e tentar coisas que não faz com 0-0. Defendemos bem sem bola.»

[O que é que procurou ao intervalo com as alterações e a introdução de jogadores com características tão diferentes?]

«O Pedro Neto não joga 90 minutos desde abril. Sabemos que como o jogo estava, 2-1, a exigência e a Croácia com bola, precisávamos de ter mais energia e de ser mais fortes na zona central e poder parar o jogo de Modric, Kovacic e as movimentações do Kramaric. Era importante parar o centro do campo e parámos o perigo por aí. E uma coisas é ter posse de bola e outra é conseguir criar perigo no último terço. A saída do Rafael era mais para ajustar as posições. Poder jogar com o Nuno Mendes mais alto. Mas temos dois jogos em 72 horas e é importante utilizarmos diferentes valências.

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