Liga Campeões: Villarreal-Liverpool, 2-3 (crónica)

3 mai 2022, 21:58

Submarino ainda submergiu antes de ir ao fundo

O Liverpool reservou o primeiro lugar na final da Liga dos Campeões, a terceira presença nas últimas cinco edições, com uma reviravolta frente ao Villarreal (3-2) que ainda chegou a sonhar com a final de Paris. A equipa espanhola chegou ao intervalo a vencer por 2-0, com a eliminatória empatada, diante de uma equipa inglesa irreconhecível que só apareceu na sua máxima força no segundo tempo, depois da entrada de Luiz Días, virando o jogo com golos de Fabinho, do colombiano e de Sadio Mané. A equipa de Anfield apanhou um verdadeiro susto, mas continua na luta para conquistar quatro título esta época.

Um jogo totalmente diferente daquele que vimos em Anfield. O Villarreal assumiu desde logo as despesas do jogo e partiu para cima do Liverpool, ignorando por completo as credenciais do adversário e, logo a abrir, reduziu para metade a desvantagem que trouxe de Inglaterra. A transpirar confiança por todos os poros, a equipa de amarelo abriu o marcador logo aos 3 minutos, com Estupiñan a cruzar da esquerda, Capoue amorteceu junto ao segundo poste para a finalização fácil do senegalês Dia. Muito fácil.

Esperava-se uma reação forte do Liverpool nos minutos seguintes, mas esta não chegou a aparecer, pelo contrário, era o Villarreal que mandava no jogo e tinha, inclusivamente, mais posse de bola. A equipa de amarelo enchia o campo perante a passividade dos vermelhos, e conseguia profundidade sobre as alas, com Gerard Moreno a cair sobre a direita para combinar com Lo Celso e Estupiñan a subir bem pela esquerda para lançar Coquelin.

O meio-campo do Liverpool, que se tinha imposto de forma imperial em Anfield, agora não tinha pernas para travar as sucessivas vagas dos espanhóis. Salah bem tentava remar contra a maré, mas, sempre com uma mudança acima de Diogo Jota e Mané, raramente conseguiu abrir espaços na área de Rulli. O Villarreal procurava agora transições rápidas e, numa delas, Lo Celso lançado por Gerad Moreno, chocou de forma aparatosa com Alisson na área, mas o árbitro mandou seguir.

O segundo golo acabou por chegar ainda antes do intervalo. Capoue destacou-se sobre a direita e cruzou r o segundo poste onde surgiu Coquelin a cabecear e a fazer a bola sobrevoar Alisson em direção às redes. O La Ceramica explodiu em festa. A eliminatória estava totalmente empatada em apenas 45 minutos e, mais do que isso, o Villarreal deixava claro que tinha armas para ombrear com o gigante do mister Klopp.

Mudança do Díaz para a noite

O treinador alemão apostou, desde logo, na troca de Diogo Jota, muito apagado, por Luis Díaz e a verdade é que o Liverpool entrou muito mais sensato para a segunda parte, procurando construir de trás para a frente, agora, finalmente, com mais bola. Com o Liverpool a reassumir a condução do jogo, o empate chegou em apenas cinco minutos, com dois golos de rajada. Alexander-Arnold deu o primeiro sinal com um forte remate de fora da área que sofreu um desvio em Coquelin, com a bola a ganhar altura e a cair sobre a trave. Logo a seguir, Fabinho, com muita liberdade, descaiu sobre a direita, combinou com Salah, simulou um cruzamento, mas optou pelo remate, junto ao primeiro poste, com a bola a passar por entre as pernas de Rulli.

O Liverpool recuperava a vantagem na eliminatória e, acima de tudo, assumiu a condução do jogo. Luis Díaz, depois de uma primeira oportunidade flagrante, marcou o golo do empate, de cabeça, na sequência de um grande cruzamento de Alexander-Arnold. Um segundo golo que empatava o jogo e permitia ao Liverpool recuperar a vantagem que tinha trazido de casa. Um segundo golo que bateu forte ao Villarreal que já não conseguiu voltar ao jogo.

Os espanhóis ainda ensaiaram uma nova tentativa de assaltar a baliza de Alisson, mas acabaram por deitar tudo a perder. Com um jogo mais aberto, o Liverpool foi ensaiando transições e, numa delas, aos 74 minutos, Rulli saiu fora da área, Sadio Mané foi mais rápido no ataque à bola e acabou por atirar para as redes vazias. Um golo especial para o avançado senegalês que, desta forma, ultrapassou Didier Drogba como o africano com mais golos na Champions.

Estava dada a estocada final. Com o Villarreal já de braços caídos, a equipa espanhola ainda ficou reduzida a dez, depois de Capoue ver um segundo amarelo, num final de jogo em que o Liverpool ainda teve várias oportunidades para dilatar a vantagem. Mas a verdade é que os Reds já tinham conseguido o essencial. Com um percurso composto por vitórias em todos os jogos fora de casa, o Liverpool chega à quarta final da era de Jurgen Klopp, a décima do clube, e fica, agora à espera do resultado entre o Real Madrid e o Manchester City desta quarta-feira.

Apesar do enorme susto, O Liverpool continua na luta por quatro títulos esta época. Já venceu a Taça da Liga, vai discutir a final da Taça de Inglaterra com o Chelsea, está na luta pela Premier League, a um ponto do Manchester City e já tem lugar reservado para a final milionária de Paris.

. (IMAGENS ELEVEN)

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